Por Vitória de Góes
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O sistema penal deve ser justo e ressocializador. É que apontam o governo do Estado e a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que firmaram nesta sexta-feira (3) um acordo de cooperação, com objetivo de viabilizar bolsas integrais para cursos de graduação a pessoas privadas de liberdade.

A ação, desenvolvida por meio da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), possibilitará, inicialmente, que cinco apenados do Presídio Regional de Pelotas estudem nas áreas de Administração e Gestão, na modalidade Ensino à Distância (EAD). A partir de abril, outros cinco devem ingressar na instituição de ensino superior.

Todos os indivíduos se prepararam e realizaram o vestibular agendado da UCPel entre os dias 16 e 17 de fevereiro. Agora, as aulas deverão ocorrer na modalidade à distância, no período vespertino, a partir de computadores disponíveis na penitenciária. A ideia é que, após as audiências - que também são virtuais -, os apenados já permaneçam no ambiente para conferir os conteúdos da universidade.

Durante o evento, o reitor da universidade, José Carlos Bachettini Júnior, falou que "a comunidade verá a transformação de um campus tradicional para um campus digital, social e mediador". O projeto já vinha sendo debatido desde governos estaduais anteriores e se firmou em 2023.

No lançamento também aconteceu o 1º Workshop Prisão, Universidade e Comunidade - Educação na Prisão, e uma palestra sobre a educação formal nos ambientes prisionais.

Educação transformadora

Alguns apenados não possuíam escolaridade mínima e, dentro do sistema penitenciário, tiveram a oportunidade de terminar o Ensino Fundamental, o Médio e agora entrarão para o Superior.

O Delegado Penitenciário da 5º região, Eduardo Araújo, disse que quanto melhor o trabalho desenvolvido dentro do sistema penal, melhor é a integração da pessoa quando retorna para a comunidade. "Esses indivíduos vão ser exemplo de que o sistema penal pode ser justo, correto e contribuir para a sociedade", falou.

Tanaí Silva é assistente social no Presídio Regional de Pelotas e explicou que o ingresso dos apenados ao Ensino Superior ajuda os mesmos a desenvolverem uma visão de continuidade e novas possibilidades na vida. "A gente consegue devolver o custodiado com uma formação completa para a sociedade, possibilitando mais oportunidades de emprego e reintegração social".