Na manhã de terça-feira (9), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) anunciou a criação da Comissão Universitária da Verdade. O grupo instalado tem sua origem na Comissão Nacional da Verdade e pretende principalmente investigar violações de direitos humanos que ocorreram no contexto das instituições de ensino superior durante o período da ditadura militar no Brasil. A Comissão da Verdade no âmbito nacional foi um colegiado feito pelo governo brasileiro para verificar a quebra dos direitos fundamentais que aconteceram entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.âmbito nacional foi um colegiado feito pelo governo brasileiro para verificar a quebra dos direitos fundamentais que aconteceram entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

Segundo a reitora Isabela Andrade, a justificativa para a instalação da Comissão está na necessidade de reconhecer e esclarecer os acontecimentos históricos que envolveram violações de direitos humanos dentro das universidades, que muitas vezes foram espaços em que ocorreram perseguições políticas, expurgos, censura, prisões arbitrárias e tortura de professores, estudantes e servidores técnico-administrativos que se opunham ao regime autoritário. “A partir de uma pesquisa histórica no acervo documental da UFPel e mediante realização de entrevistas, a Comissão busca promover a memória e a verdade histórica sobre esses eventos, visando à reconciliação nacional e à promoção da justiça e da democracia no País”, disse a reitora. A Comissão terá o prazo inicial de 12 meses para realizar seu trabalho.

Membros:

Carlos Artur Gallo Cabrera - presidente
Alessandra Gasparotto
Marco Aurélio Romeu Fernandes
Nádia Cristiane Coelho da Silva Kendzerski
Natasha Dias Castelli
Nathalia Lima Estevam
Renato da Silva Della Vechia
Ricardo Petrucci Souto
Sebastião Peres
Vânia Farias Ferreira
Cláudia Daiane Garcia Molet
Joanna Darc Correa Marcello
Felipe Marques Couto

Em Rio Grande, títulos revogados

Motivado pelo trabalho da Comissão Nacional da Verdade e pela Comissão da Verdade no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), na sexta-feira os membros do Conselho Universitário (Consun) aprovaram a cassação dos títulos de Doutor Honoris Causa aos militares Emiliano Garrastazu Médici, Maximiano da Fonseca e Golbery do Couto e Silva, concedidos pela instituição nas décadas de 1970 e 1980.

A Comissão da Verdade no âmbito da Furg foi instituída em dezembro de 2023, e, desde então, passou a trabalhar intensamente para identificar casos voltados à universidade; seja contra docentes, técnicos-administrativos em educação e estudantes; ou a favor de agentes da ditadura. Após a elaboração de um relatório que sugere a revisão de medidas realizadas pela universidade durante a sua história, foi posta em votação a cassação dos títulos de Doutor Honoris Causa concedidos pela Furg aos militares listados.

“Não é aceitável para uma instituição que tem papel central no avanço civilizatório da humanidade, como são as universidades, conceder homenagens a pessoas que comprovadamente tenham perpetrado ações que infringem gravemente direitos fundamentais do ser humano, e que deixaram marcas muito profundas nas famílias e pessoas que as vivenciaram”, pontuou o reitor Danilo Giroldo, na condição de conselheiro e presidente do Consun.

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