Saúde mental
Um mês para olhar com carinho para a saúde mental
Setembro Amarelo vira lei em Pelotas e traz iniciativas de prevenção ao suicídio na UFPel e UCPel
Divulgação -
Ainda um tabu em diversos núcleos, a temática ligada ao suicídio e à saúde mental vem rompendo o silêncio e tornando-se cada vez mais um tópico de discussão na sociedade. Esta segunda-feira (10) foi o Dia Mundial de Prevenção do suicídio e, no Brasil, o mês de setembro inteiro é destinado ao tema. A cor amarela, utilizada em campanhas no mundo inteiro, juntou-se ao mês, gerando o Setembro Amarelo.
Em Pelotas, a promoção do Setembro Amarelo tornou-se lei a partir deste ano. A iniciativa prevê que sejam feitas ações destinadas à prevenção ao suicídio, com alertas e realizações de debates sobre o assunto. O mês passa, agora, a integrar o calendário oficial de eventos do município, estimulando a organização de projetos na área da educação. Além disso, edificações públicas municipais, quando possível, serão iluminadas com a cor amarela em referência à campanha.
Conforme dados da Vigilância Epidemiológica da prefeitura, 71,5% das tentativas de suicídio nos sete primeiros meses do ano em Pelotas partiram de mulheres. Foram 151 casos, 108 do sexo feminino e 43 masculino. No total, 35 delas foram a óbito.
O município possui atualmente oito Centros de Atenção Psicossocial (Caps) - incluindo os destinados a álcool e drogas, informa a chefe substituta do Departamento de Saúde Mental, Márcia Helena dos Santos da Rosa. Além do atendimento às pessoas que tentaram o suicídio, eles também dão suporte aos familiares de quem acabou indo a óbito. A assistente social destaca a necessidade de falar mais abertamente sobre o tema, tratando como questão de saúde pública. "Ainda hoje as pessoas têm preconceito (para lidar com o assunto). Mas qualquer um está sujeito a um abalo na saúde mental", explica.
Álcool é um dos motivos, segundo USP
Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) alerta que o consumo de álcool está diretamente ligado aos casos de suicídio. Em pelo menos 30% dos 1,7 mil casos analisados entre 2011 e 2015, a vítima apresentava teor alcoólico no sangue. Os homens eram maioria, com a porcentagem chegando a 34,7%. O público mais predisposto foi o de jovens adultos, com idades entre 25 e 44 anos. Entre eles, 61% apresentavam álcool no sangue.
Universidades promovem eventos
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) possui um Núcleo Psicopedagógico de Apoio ao Discente (Nupadi). A psicóloga-chefe, Lisandra Osório, revela que há uma lista com ordem a ser seguida. No entanto, quando acontece a percepção de uma situação urgente, essa fila pode ser quebrada. Atualmente, o estudante pode esperar de seis meses a um ano para atendimento.
Para driblar a demora, o Nupadi tem investido em trabalhos em grupo, atuando na prevenção e promoção das iniciativas de saúde mental. Ela diz ter percebido um aumento recente no número de estudantes afirmando já ter tido pensamentos suicidas e, por isso, um programa está sendo montado para traçar metas para lidar com isso.
Na sexta-feira, a UFPel irá promover a segunda edição do Encontro de Prevenção ao Suicídio. A atividade ocorrerá a partir das 14h no Auditório 2 do Centro de Artes. "O encontro terá debate de temas como cuidado com a vida, promoção da autoestima, rede de proteção, docência sensível e outros assuntos ligados à questão. Estão previstas palestras, mesa-redonda e momentos de café e arte", diz a nota publicada no site da instituição. A programação completa pode ser conferida no site bit.ly/ufpelamarelo.
Na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o Comitê de Educação Médica da International Federation of Medical Students Association da Universidade Católica de Pelotas (IFMSA/UCPel) realizará uma nova edição do Cinemed, a partir das 19h, no Auditório Dom Antônio Zattera. O grupo exibirá o longa Flatliners, que narra a história de cinco estudantes que começam a provocar experiências de quase morte a fim de estudar e entender o fenômeno. A atividade é voltada a estudantes da área da saúde, com inscrições no valor de R$ 10,00, no saguão do Campus I.
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