Moda sustentável

Uma feira da criatividade e da conscientização

No último dia do Fashion Revolution Day, 22 marcas locais levaram suas produções para o Centro Histórico de Pelotas

Gabriel Huth -

Abre a mala, organiza o baú, pega o cabide e pendura peça por peça na arara. E quantas araras. Nem o calor de 30ºC da tarde deste sábado (28) afastou os expositores da segunda edição do Fashion Revolution Day, que culminou com a Feira Criativa, instalada estrategicamente no Centro Histórico, pela rua Lobo da Costa ao lado da Secretaria Cultura de Pelotas (Secult). Depois de cinco dias de palestras, oficinas e workshops, o dia ficou marcado pela exposição das 22 marcas locais e de 12 brechós da cidade. A proposta do evento, além do estimular a moda sustentável, que fazer com que cada consumidor se pergunte: "Quem fez as minhas roupas?"

A organizadora do evento, Camila Rodrigues de Oliveira, conta que a ideia unir expositor e consumidor, numa conversa sobre o processo produtivo. "Além de saber quem fez a roupa, o importante é conhecer de fato o trabalho de cada pessoa envolvida". Camila ressalta que nesta edição foi possível reunir diferentes atrações. "A sonorização ficou por conta do Sanep, sendo que os DJs e as bandas foram convidados." O evento teve ainda as parcerias IFSul, Secult, UCPel, Cine UFPel e Allmofada's, além de food truks e cerveja artesanal.

Talento
Natália Huch Duarte tem apenas 19 anos e já assina a marca Linhava Store. Ela conta que desde pequena gostava de customizar suas roupas e com a avó costureira, não conseguiu fugir do segmento. "Abandonei a faculdade de Engenharia Geológica e fui fazer Moda no CAVG", conta. A ideia de vender suas peças surgiu de uma maneira bem sutil. "Fazia minhas roupas e todos queriam usar. Aí comecei via on-line, mas mulher adora experimentar. Então aluguei um espaço", resumiu. Sua confecção segue o estilo urbano, mas jovem.

Reaproveitar é o lema
Calça jens de cintura alta; blusas de cores fortes como o amarelo e verde; detalhes em brilhos e apliques em tecidos de boa qualidade que remetem os anos 80 e 90 fazem sucesso entre os brechós da cidades, segundo Marcia e Bruna Rössler. Mãe e filha comandam o Gatomiabrecho há quatro anos e o processo de garimpar uma peça velha, abandonada no canto do armário, para deixar limpinha, como se fosse nova, é dar um outro sentido à roupa. "É uma satisfação pessoal", garantiu Márcia. Bruna, vai além ao dizer que isso: "é consumo consciente".

Mariele Ricachenevsky Scholl, da Reuse Brechó, passou a refletir sobre as roupas paradas, mas que são legais para a época, uma vez valorizadas. Foi então que lançou na internet sua proposta, com estilo mais ousado e, atualmente, seu negócio é conhecido em todo Brasil.

Uma questão de cultura
A estudante de Geoprocessamento, Letícia Pereira Ribeiro, 20 anos, convidou a família para visitar a feira. Ela considerou o evento como uma busca pela cultura da valorização e do desapego. "Muitos vezes, aquilo que tu repassa é o que o outro está a procura." O exemplo dessa cultura estava no pátio do Casarão 2, com a Feira do Rolo, local onde vários brechós faziam suas ofertas despertando o interesse dos visitantes. Também nas salas de exposições do prédio, o público pôde conhecer um pouco mais sobre o processo de confecção de vestidos de festa.

Novas oportunidades
Não só as peças de roupas povoaram a Feira Criativa, Com a proposta de incentivas a criação local, outros produtos foram para exposição, entre eles, bijuterias e adornos para a casa. Maria Cristina Schmidt Costa, 54, já trabalhou na venda de confecções, mas atualmente foi buscar nas suas origens, quando cursou Artes, seu novo negócio. O Cymento reúne o concreto com o verde, tendência nacional nas grandes metrópoles, em objetos de decoração. Com formatos geográficos, a empresária monta arranjos para plantas suculentas e cactos, luminárias e porta objetos. "Para quem está iniciando no mercado, esse tipo de evento é muito importante para divulgação da marca."

 

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