Para alunos do 6º ano da Escola Estadual Doutor Joaquim Duval, a tarde desta segunda-feira (2), foi um momento de aprender mais sobre respeito aos deveres, solução de conflitos e construção de paz, além da oportunidade de conhecer as instalações do Foro da Comarca de Pelotas. A atividade fez parte da 1ª edição do projeto Escola da Paz, uma iniciativa da direção do Foro juntamente com o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca de Pelotas.

A ideia é que, nas segundas-feiras, o local receba a visita de alunos do Ensino Fundamental ao Médio, que poderão conhecer as instalações do Fórum, além de participarem de rodas de conversa, em que serão tratados temas como a comunicação não-violenta, bullying, respeito e tolerância.

A primeira atividade desta edição foi uma conversa com o diretor do Foro da Comarca de Pelotas, Marcelo Malizia Cabral, no Tribunal do Júri. Na ocasião, Cabral explicou aos presentes aspectos das atividades de um juiz de Direito, assim como os casos nos quais alguém pode ser processado e condenado, formas de prevenção de conflitos, convívio em paz e respeito aos deveres. "O processo acontece porque as pessoas não cumprem seus deveres", ressaltou.

De acordo com o magistrado, a iniciativa surgiu da observação de casos que poderiam ser resolvidos de outras formas, como a conciliação ou mediação, mas estão na Justiça. Segundo ele, os cerca de cem mil processos que atualmente estão no fórum representam uma ruptura no pacto social, ocasionando uma quebra nas regras de convívio pacífico entre os cidadãos e que pode representar uma perda do sentimento de sociedade. Assim, a proposta do "Escola da paz" é auxiliar na educação dos jovens, para a promoção de uma cultura de paz. "É a justiça sair de um papel passivo, de espectador, para ter uma ação proativa", explicou.

Os estudantes também puderam conhecer o trabalho dos conciliadores, que buscam promover a solução de conflitos por meio de diálogo entre as partes. Francisco Paiva, que atua com a conciliação, explicou que a ideia do projeto é de fomentar a mudança na forma dos jovens se relacionarem e evitar a ocorrência de conflitos entre eles.

Os 30 estudantes, com idades entre 11 a 13 anos, que participaram da atividade também puderam tirar dúvidas. A Coordenadora Educacional da Escola, Miriam Fonseca, afirmou que os alunos demonstraram bastante interesse em participar do projeto e que a visita está inserida na Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave) da instituição de ensino. Segundo ela, a atividade também seria uma forma de evitar conflitos no futuro. "Eles podem transmitir o que aprendem aqui para outros na escola".

Após a visita, os estudantes participaram de uma palestra sobre os prejuízos do tabagismo à saúde, do professor e médico Roni Quevedo. Roni também promoveu a aplicação de testes de visão nos jovens. Essas atividades estarão nas próximas edições do projeto. Segundo ele, na faixa etária dos estudantes cerca de 10 a 15% podem apresentam problemas de visão. Com isso, a iniciativa seria uma oportunidade importante para identificar crianças que precisem de medidas corretivas, como a utilização de óculos, ou de acompanhamento médico. "São oportunidades que algumas crianças podem não ter", destacou.

Próxima edição

A segunda edição do projeto ocorre no próximo dia 14. Para participar é necessário efetuar o agendamento pelo telefone (53) 3279-4909 ou pelo e-mail [email protected]. As turmas devem ter no máximo cem participantes. Ao final da atividade, todos ganham um diploma.