Ajuda

União por uma nova sede para a Apadpel

Associação que proporciona atendimento gratuito a pessoas com Síndrome de Down busca apoio para ampliar atendimento

Jô Folha -

Defender os direitos, garantir atendimento e acolher pessoas com Síndrome de Down são os principais objetivos da Associação de Pais de Down de Pelotas (Apadpel). Criada há quatro anos por um grupo de mães, a instituição, que atualmente realiza o acompanhamento de 30 pessoas, está próxima de deixar o espaço restrito e ir para uma sede própria, capaz de proporcionar maior conforto e ampliar a capacidade de atendimento. Para colocar isso em prática, no entanto, a entidade também faz um apelo por apoio financeiro de empresas.

Seja através dos olhos atentos aos brinquedos utilizados nas sessões de fisioterapia da pequena Ana Clara Lange, de seis meses, ou pelos sonhos firmados nas aulas de teatro da Luíza Rangel, de 21 anos, a Apadpel tem feito parte de diversas histórias. Fundada em 2017 por um grupo de mães de jovens com Síndrome de Down, a associação, que inicialmente era restrita a uma sala, viu o projeto crescer. Com o passar do tempo e o aumento da busca por serviços foi necessária mudança para uma casa alugada com quatro peças. Agora, a história se repete e uma nova sede tem se tornado cada vez mais necessária.

Atualmente os atendidos, entre três meses e 60 anos, recebem acompanhamento nas áreas de fisioterapia, psicologia, pedagogia, serviço social e terapia ocupacional, além da oferta de aulas de teatro. O número de pessoas atendidas não chega a 10% da população com a Síndrome, estimada em 350 crianças e adultos somente em Pelotas, dado que mostrou a real necessidade de ampliação no espaço.

Mãos à obra

O plano para a construção de uma nova sede é antigo e recebeu pontapé inicial através de uma parceria entre o Rotary Club de Alpharetta, nos Estados Unidos, e o Rotary Pelotas Oeste, que doará parte do dinheiro para a construção. A junção foi necessária uma vez que, para possibilitar a liberação de recursos da Fundação Rotária, braço financeiro, é necessária a união de dois clubes de países diferentes. O terreno, localizado no Fragata, foi doado pela prefeitura. Entretanto, devido ao alto custo da obra, estimada em R$ 1,5 milhões, a Apadpel tem buscado por empresas privadas para serem parceiras na ação.

O projeto visa transformar a associação em um centro de acompanhamento para pessoas com Down que contará com atendimento precoce, fisioterapia, atendimento psicológico e pedagógico, além de um espaço educacional e terapêutico integrado, com salas para atividades, como aulas de música, culinária e arte. "A ideia é que seja um centro especializado na síndrome. Sabemos que Pelotas conta com outras entidades extremamente capacitadas, mas a Apadpel passará a ser especializada, idealizamos como referência no assunto", explica a diretora da instituição, Luana Braga.

Por se tratar de um local que oferece serviços de forma totalmente gratuita e conta com a voluntariedade de profissionais, a ideia é implantar, dentro da nova sede da instituição, um espaço voltado à especialização de profissionais em três áreas de saúde: fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Para isso, o Rotary de Alpharetta oferecerá cursos de capacitação de forma gratuita e os estudantes prestarão serviço voluntário à Apadpel.

Construindo o futuro

A nova sede ainda será o local para a implantação de um projeto pioneiro no Estado e o segundo no país: seis casas de moradia independentes, em formato de quitinete, para que pessoas com Down sejam ensinadas e estimuladas a morar sós.

Mãe de Luíza Rangel, Gilsenira de Alcino conta que a filha sempre buscou ser independente e ter autonomia. Estudante do curso de Dança da UFPel e secretária no escritório de advocacia do pai, a jovem recebe apoio da família quanto à sua liberdade. "Um dos medos/temores dos pais em geral é sobre o que será da filha ou filho quando morrermos? Nossa proposta aqui em casa desde sempre é tentar criar o mais independente possível para que consiga se virar sem nós", diz a mãe.

A família afirma apoiar a ideia de moradia independente. "Os jovens estão ansiosos por isso. Eles são capazes e precisamos dar a eles as ferramentas para essa construção, que pode ser mais difícil para eles, mas não impossível. Luíza sonha em ter a casa dela e faz planos para quando se formar abrir um estúdio de dança", conta Gilsenira, orgulhosa. "A família deve investir nos sonhos e ajudá-los a concretizar cada um desses sonhos, sempre incentivando e mostrando que não há limites. Os limites somos nós que impomos."

Para ensinar sobre a adaptação com o lar, profissionais irão se dedicar aos ensinamentos básicos, como higienização do corpo, comida, regulação do horário e afazeres de casa. Também serão construídos quiosques para treinamentos visando a capacitação e inserção destes jovens no mercado de trabalho.

Como ajudar?

Empresas interessadas em abraçar a causa e ajudar a Apadpel a tirar o projeto da nova sede do papel poderão auxiliar através da Lei de Incentivo Fiscal ou através de outras formas de patrocínios por cota. Informações podem ser obtidas através do telefone (53) 3028-6344, de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h30min.

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