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Única escola da Vila Castilho pode fechar até o dia 31

Nossa Senhora do Carmo vive impasse entre Secretaria de Educação (Smed) e Mitra Arquidiocesana de Pelotas

Gabriel Huth -

A única escola que funciona na vila Castilho pode ser fechada em breve. Um impasse, envolvendo a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) e a Mitra Arquidiocesana de Pelotas, pode retirar a Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Carmo, localizada na rua Doutor Amarante. Atualmente, 88 crianças estudam na instituição, que funciona há 67 anos na comunidade, e 15 professores trabalham no local. A prefeitura garante que buscará uma solução para manter a Emef aberta.

Hoje, o prédio é cedido pela Arquidiocese para o município. Na última semana, a Smed foi informada de que deveria desocupar o imóvel. “A Mitra mandou um documento para a Secretaria pedindo o prédio”, relata Artur Corrêa, secretário de Educação.

Na escola, o ambiente é de tristeza pelo fim das aulas. Apesar da possibilidade de transferência para o Colégio Pelotense, o mais próximo do local, a sensação entre os moradores é de perda de um patrimônio da comunidade. “Nossa escola vai ser fechada no dia 30 de dezembro”, informa a diretora Tatiane Souza. Apesar de ainda acreditar num entendimento entre a prefeitura e a Mitra, o trabalho da direção tem consistido em encerrar contas e encaminhar documentos para o fim das atividades educacionais.

Na quinta-feira (6) pela manhã, os professores estiveram reunidos com o secretário Artur Corrêa. Nesta reunião, foi eleita uma comissão para tratar do assunto com a Mitra. A ideia é tentar reverter a decisão. Numa das portas da escola, um cartaz anuncia um encontro também com o secretário na associação do bairro, hoje, a partir das 18h.

A diretora conta que foi chamada esta semana para ser informada sobre o fechamento do colégio, que oferece turmas de pré-escola ao 5º ano do Ensino Fundamental. “Já não teria mais nada a ser feito”, lamentou. A notícia revoltou a comunidade. Para o comerciante Antônio Oliveira, a decisão é inadmissível. “Eu tenho 62 anos e há mais de 50 frequento o bairro e sempre existiu essa escola para atender a comunidade, que é muito carente”, lastimou.

A versão da Mitra Arquidiocesana
O diretor administrativo da Mitra Arquidiocesana de Pelotas, padre Marcos Bicalho, relembra a reunião realizada no gabinete do secretário Artur Corrêa com um dos líderes da comunidade da Castilho. O prédio está com problemas estruturais e, para continuar as atividades, o padre acredita que seriam necessárias reformas no telhado e em outras áreas. “Houve uma reunião com o secretário, onde fomos explicar para ele que nós já emprestamos o prédio para eles há anos e que a estrutura está em condições muito ruins, inclusive para as atividades religiosas que ocorrem lá, e a gente foi pedir para ele que ou reformasse o prédio em agradecimento aos anos que está lá ou que começasse a pagar um aluguel. Com esse dinheiro a gente poderia fazer a reforma”, relembra. Na reunião, segundo Bicalho, o secretário teria dito que não havia interesse, por serem poucos alunos e pela possibilidade de transferir estas crianças para outra escola próxima.

A versão da Smed
Artur sustenta que não houve negociação. Com poucos recursos, a Smed não teria condições de arcar com um aluguel, apesar de propor a compra de um terreno em frente à escola, também pertencente à Mitra. O que teria sido proposto, defende, foi ou um aluguel ou a devolução do prédio. “Este aluguel neste ano, com todo esse aperto (de recursos), não tenho como”, explica. Artur também garantiu que buscará uma solução com a igreja para que a escola continue em funcionamento no mesmo local no ano que vem. Na próxima terça-feira, dia 11, ele deve comparecer na Câmara de Vereadores para esclarecer a situação com o Poder Legislativo.

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