Com os 20 leitos da Maternidade do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) ocupados até a manhã de sexta-feira, Pelotas contava com apenas cinco vagas disponíveis no Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) para atender a população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS). Os números, porém, oscilam conforme a demanda na Central de Regulação de Leitos. A situação foi agravada após o fechamento dos 19 leitos da Santa Casa. Em nota, o HUSFP comunicou que a situação já estava normalizada. “As mulheres têm dois hospitais para procurarem atendimento. Nenhuma ficará à espera”, garantiu a secretária de Saúde de Pelotas, Ana Costa.

Também na sexta, a titular da pasta participou de uma reunião no Ministério Público, com representantes da Santa Casa de Misericórdia e do Conselho de Saúde. No encontro ficou acordado com o provedor da instituição, Lauro Melo, que a prefeitura irá acertar os repasses referentes a incentivos estaduais de serviços prestados do mês de junho, o que significa um aporte de R$ 338 mil. “Com este valor pretendemos, primeiramente, reabrir a Maternidade. Mas para isso temos que conversar com os médicos e garantir que daqui a 30 dias haverá recursos para o pagamento dos honorários”, explicou Melo. Atualmente a Santa Casa não conta com este recurso, o que obrigou a instituição a fechar o setor no início do mês.

Sobre os 33 leitos clínicos, a reabertura levará mais tempo. “Neste caso, pretendemos abrir aos poucos, pois a situação é mais complexa, com a compra de medicamentos”, ressaltou o provedor. A Santa Casa atualmente acumula uma dívida de R$ 9,3 milhões entre FGTS e Receita Federal, déficit resultante do atraso nos repasses de verbas estaduais. A falta de aporte também reflete no parcelamento de salários dos funcionários.

Demanda
A situação caótica dos leitos do SUS para as demais especialidades em Pelotas também não fica atrás e segue na corda bamba. A superintendente do HE, Vera da Silveira, conta que o cenário é de lotação diária. Na sexta-feira, havia três vagas para clínica geral e duas na rede de urgência. Mas durante a conversa com a reportagem, a Central de Regulação de Leitos solicitou a reserva de dois espaços. Atualmente o HE tem 175 leitos, 100% pelo Sistema Único de Saúde - 20 destes na Maternidade.

No Hospital Beneficência Portuguesa, dos 140 leitos disponíveis para o SUS nos setores de Enfermaria, UTI e Psiquiatria, “todos estão praticamente ocupados, ficando livres apenas para limpeza”, disse o diretor da instituição, José Serra. Já no Hospital Universitário São Francisco de Paula, dos 257 leitos do SUS, 102 são para clínica geral, 40 para CTI adulto e pediátrico, 20 para Maternidade e 14 para a Casa da Gestante. O total de ocupação não foi informado.