Fruta

Zona Sul deve colher mais de 900 hectares de melancia

Em Pelotas, três produtores apostam numa variedade sem sementes que deve chegar aos mercados nos próximos dias

Carlos Queiroz -

Imagine abrir uma melancia e não encontrar nenhuma semente. Agora imagine que o sabor seja ainda mais doce e a cor mais avermelhada. Essa deve ser a principal novidade da safra da melancia 2019/2020 na Zona Sul. Plantada por três produtores de Pelotas, a variedade Arriba deve chegar às prateleiras dos supermercados nos próximos dias. Sem sementes, com a coloração ainda mais avermelhada e o gosto adocicado, a novidade tende a ganhar espaço entre os consumidores da fruta do verão.

A tradicional, com sementes, é a mais semeada e em toda a região são 920 hectares de plantações. Pelos cálculos do Escritório Regional da Emater, a produção deve bater as 23 mil toneladas. “A área plantada tem se mantido. É uma cultura itinerante. Nossa região tem a melancia mais doce do Brasil em virtude da amplitude térmica, o que ajuda frutas como a melancia e a uva”, destaca o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Ronaldo Maciel.

Esta diferença entre a temperatura ao longo do dia e ao longo da noite aumenta o Brix da fruta, que, a grosso modo, indica o grau de doçura do fruto. A média das melancias com semente varia o grau Brix entre 8,9. Já a sem semente chega a superar o 13, o que aponta que é mais doce. Enquanto a melancia produzida em Pelotas deve ser consumida por aqui, Ronaldo cita Pedro Osório como uma cidade que produz para fora do Estado e até do país.

Enquanto em Pelotas tem-se um maior número de produtores pela característica da agricultura familiar, em cidades como Herval, Arroio Grande e Pedro Osório as plantações estão em médias e grandes áreas. “A nossa produção deve chegar aos consumidores no final de janeiro e os consumidores vão perceber a diferença de ter uma fruta mais doce. Aqui a colheita é mais tardia em relação a outras áreas do Estado”, comenta.

Mais doce e vermelha

É na propriedade de Daniel Perleberg Neitzke e Lidiane da Fonseca Neitzke, na Zona Rural de Pelotas, onde crescem melancias que devem ser a novidade da safra. Com cerca de meio hectare plantado no Passo da Capivara, no Cerrito Alegre, o casal espera colher entre 700 a 900 frutas. Ao todo, são mais de cem dias entre colocar as sementes na terra e a colheita. Em função da estiagem, Daniel precisou investir na irrigação, instalada no início de dezembro.

Na região, em torno de 20% a 30% das plantações são irrigadas, pelos dados da Emater. Se na melancia comum o produtor recebe entre R$ 0,60 a R$ 0,70 pelo quilo, a sem semente deve chegar a R$ 0,90 e R$ 1,00. “O custo dela tende a ser 30% mais caro. São frutas com cerca de 10 a 11 quilos, que estarão adesivadas e tem a casca com a coloração verde mais escura”, explica o técnico da Emater, André Perleberg, que auxilia a família.

A expectativa de Daniel é boa. “A gente espera que o pessoal goste. É uma fruta muito boa, ela é mais doce que a outra”, enaltece. Através da Cooperativa de Produtores Agrícolas do Monte Bonito (Coopamb), a produção de melancias sem semente será toda comercializada em macroatacados de Pelotas. Em todo o Rio Grande do Sul, é estimada uma área de 80 hectares com plantação da melancia sem semente.

Festa da Melancia em fevereiro

Está marcada para os dias 8 e 9 de fevereiro a tradicional Expofesta Regional da Melancia de Pedro Osório. A 19ª edição acontecerá no parque do Sindicato Rural do município. O evento terá distribuição gratuita de melancia e terá uma programação com shows, área de acampamento, etapa de Veloterra e feira de artesanato.

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