Editorial
Atuação vergonhosa
Poucas coisas são tão constrangedoras quanto ver o trabalho da Equatorial frente à CEEE após a privatização. São quase que diárias as reportagens sobre problemas envolvendo a empresa. A mais recente é o bizarro corte de uma rede de energia que levava a um campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, com isso, comprometeu uma série de pesquisas da universidade. Por aqui, com um temporal que nem foi significativo, já surgem relatos de quatro dias de falta de luz. Imagina quando chegar o inverno…
A questão é que hoje, a Equatorial demonstra despreparo para atender o Rio Grande do Sul. Não foi uma, não foram duas vezes. Foram incontáveis falhas de atendimento que deixa o cidadão na mão e saudosista da CEEE pública. Um agricultor relatou a um dos canais do DP que antigamente era ligar para o atendimento e uma equipe do Morro Redondo se deslocava imediatamente para resolver. Hoje, como você vê na reportagem da página 11 desta edição, ficar quatro dias ou mais já virou rotina.
O verão está chegando ao fim e todo mundo sabe como vêm sendo os outonos e invernos da região. Chuva, ventania e tudo mais. No ano passado, uma reportagem do DP mostrou a realidade de quem ficou 15 dias sem luz em Pelotas. Em Porto Alegre no início deste ano, passou de uma semana com um ciclone. Ou seja, se nas principais cidades do Estado, em suas zonas urbanas, a situação está assim, imagina no campo e em municípios mais isolados, de menor porte? Meu Deus!
Uma das primeiras ações da Equatorial foi mudar as equipes e, dessa maneira, perdeu-se expertise de pessoas que eram preparadas, passavam em concursos concorridíssimos e tinham pleno conhecimento da situação. Hoje, seja para baratear custos, seja por outro motivo, cada atuação é uma demonstração de despreparo. Quase que uma aula de como não se fazer. Mesmo com fiscalização da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nada parece mudar. Com serviço monopolizado, se multa, se cobra, mas não há possibilidade do consumidor sequer ter outra opção.
O Estado precisa apertar a Equatorial. Seja através de sanções, de multas, de uma CPI ou qualquer outra maneira. O que não dá é para chegar em mais uma estação de previsão de eventos climáticos extremos sabendo que na primeira chuva, o apagão é quase garantido.
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