João Carlos M. Madail

Empregos gerados nas campanhas eleitorais

Por João Carlos M. Madail
Conselheiro do Corecon-RS e diretor da ACP
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No período destinado às campanhas eleitorais dos vários candidatos à presidência da República, governadores, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, geraram empregos para inúmeras pessoas, mesmo que temporários. Assim como a pandemia acabou com várias atividades de ambulantes e pequenos negócios, ocasionando situações de desespero para famílias que dependiam do pouco que ganhavam para sobreviverem, eis que surgem as campanhas eleitorais, abrindo espaços de trabalho para milhares de pessoas no país inteiro, mesmo que por um curto período de tempo.

 
Além da escolha dos representantes políticos, há que se considerar a festa da democracia protagonizada por eleitores e candidatos. Além do objetivo maior, a eleição deste ano teve caráter empregatício oportuno, isto porque foi necessário contar com muitas pessoas para levar as pautas políticas para a população no planejamento e execução da campanha. Não se tem ideia do número de colaboradores beneficiados, de alguma forma, com atividades contratadas pelos candidatos. Sabe-se que a campanha movimentou empresas gráficas e pequenos negócios de todo o país, sejam na confecção de impressos ou artesanatos direcionados à campanha, cabos eleitorais, pessoas encarregadas de obter votos para os candidatos ou partidos políticos, mesmo que este tipo de trabalho não tenha reconhecimento de vínculo empregatício.

 
Em muitos casos famílias inteiras circularam pelos calçadões ou mesmo nos bairros mais numerosos das cidades empunhando bandeiras ou distribuindo os conhecidos “santinhos” ou se aglomerando nas esquinas movimentadas dos centros urbanos, tremulando bandeiras. Não se tem registros do número de pessoas que trabalharam nesta campanha eleitoral, entretanto, pela intensa movimentação das pessoas e pelo expressivo número de candidatos, pode se afirmar que foram milhares em todo o país. Sabe-se que a maioria das pessoas atuou como tarefeiro ou diarista e outros tantos contratados com registro nas carteiras.

 
Assim como há um limite para gastos nas campanhas, o Tribunal Superior Eleitoral limita o número de pessoas que podem ser contratadas para uma campanha. Esse número varia de acordo com o tamanho do eleitorado do Estado e a partir do cargo escolhido. Para deputado estadual, são previstos gastos de até R$ 1,2 milhão e 3.355 funcionários contratados. O cargo de deputado federal já prevê um gasto máximo maior, de R$ 3,1 milhões e 6.709 pessoas contratadas.

 
As redes sociais também movimentaram sobremaneira as campanhas eleitorais. A tarefa dos cabos eleitorais tem evoluído nos últimos tempos, pois competem com as novas formas de campanha online. Nos últimos pleitos, em 2018 e 2022, as redes sociais tiveram um papel de destaque, mudando a forma de comunicação do candidato com o seu eleitor. Neste último não foi diferente. Incorporou novos profissionais na campanha, sejam operadores de sistemas, especialistas na criação de cards e outras formas de comunicação virtual, profissionais de marketing político e eleitoral, enfim uma gama de pessoas ávidas por trabalho.

 
A tendência é que nas próximas campanhas políticas a presença desses profissionais se intensifique, mas engana-se, porém, quem pensa que é só realizar o incremento da campanha que a mágica da vitória acontece. O conteúdo impulsionado precisa ser bom e convincente para convencer o eleitor. O candidato que não tiver conteúdo ou uma boa presença de vídeo ou boas ideias ou ainda não esteja engajado de corpo e alma na campanha, certamente não obterá êxito. Quando o produto é ruim não tem comunicação que faça milagre. Um exemplo de sucesso, próximo dos pelotenses é a conduta de Eduardo Leite (PSDB). Ele demonstra preparo político tem boa presença de vídeo, ótimo argumento o que o faz dele um político vencedor desde o seu primeiro mandato como vereador em Pelotas.​

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