Editorial

Fiscalização mais próxima

De todos os efeitos que se sucederam ao temporal que se abateu sobre o sul do Estado causando incalculáveis estragos e um apagão de energia a milhares de residências em meados de julho, provocado por um ciclone extratropical, ao menos dois pontos positivos são bastante perceptíveis como legados imediatos. O primeiro é a maior aproximação da comunicação pública com os cidadãos para divulgar alertas climáticos. Não que antes não houvesse, já que a Defesa Civil, por exemplo, mantinha seu serviço de SMS ativo, atingindo milhares de pessoas instantaneamente. No entanto, desde aquele episódio há um mês, várias Prefeituras passaram a também publicar com destaque em seus canais de comunicação informações preventivas a cada possível ameaça apontada por institutos meteorológicos. O outro aspecto em que aprendemos com o problema diz respeito à fiscalização.

O caos em que se transformou a vida de milhares de moradores de cidades gaúchas por conta do desabastecimento de energia, destacadamente na Zona Sul, mostrou a necessidade de maior rigidez de órgãos fiscalizatórios com relação a serviços públicos básicos delegados. Afinal de contas, foram pelo menos duas semanas em que clientes ficaram à mercê da disponibilidade e capacidade da concessionária _ comprovadamente aquém do necessário _ em atender à demanda e resolver os transtornos. Demorou dias até que alguma posição de governo ficasse evidente, bem como ações de verificação dos procedimentos adotados pela empresa.

É por isso que o encaminhamento feito ontem em reunião da Azonasul com representantes da Agergs sinaliza positivamente como aprendizado dos transtornos dos temporais. Conforme o convênio que será formalizado em breve, servidores públicos dos municípios, indicados pelas Prefeituras, poderão fazer capacitação junto à agência reguladora estadual para que executem a fiscalização dos serviços públicos delegados em suas cidades. Ou seja, ao invés de ficarem na dependência de que técnicos fixados em Porto Alegre possam fazer essa atividade, funcionários dos governos locais estarão treinados e de olho na qualidade do atendimento, estrutura e outros pontos exigidos de quem se propõe a assumir um serviço da importância da distribuição de energia, abastecimento de água e coleta de esgoto, por exemplo.

Como sabidamente as dificuldades enfrentadas por quem vive no interior quando se trata de luz e água, principalmente, são constantes e independem de temporais, a proximidade da fiscalização e essa interlocução direta com a Agergs tendem a ser um trunfo. Tomara que ajude a evitar novos episódios absurdos como os vividos por tanta gente no mês passado.

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