Editorial

O Rio Grande do Sul será reconstruído. Então, que seja com responsabilidade

O Rio Grande do Sul como conhecemos existiu apenas até abril. Daqui para frente, o Estado precisará passar por um forte processo de reconstrução. Nossa geografia foi remodelada pela força das águas, muitas cidades quase sumiram do mapa e regiões inteiras vão viver no temor de estar em zonas de risco. Até mesmo nossa Capital, Porto Alegre, vai precisar pensar toda sua urbanização após ter sido inundada de uma maneira jamais vista, mesmo com sistemas de proteção. E é a partir daí que precisamos pensar.

Porto Alegre tinha um sistema de proteção que falhou em diversos pontos. É preciso uma auditoria isenta para apontar onde houve problemas e onde deve ser melhorado. Em primeiro lugar, para apontar potenciais culpados em caso de imperícia ou sucateamento. Em outro, para saber exatamente onde melhorar para evitar tragédias futuras.

Dinheiro está vindo, ao menos neste momento. Já foram muitos bilhões liberados pelo governo federal e o governo do Estado também disse que não irá medir esforços. Bancos internacionais e outros países também se colocaram à disposição. Mais três pontos a serem ressaltados: a necessidade de responsabilidade e fiscalização no uso dessas verbas e a importância de manter cobrança constante por solução, já que, conforme o tempo passa, ofertas benevolentes costumam ser encolhidas ou burocratizadas. Vimos isso nas enchentes do ano passado.

Mas há um ponto mais importante do que todos. Todas as autoridades científicas apontam um fator em comum na tragédia que vivemos: a relação com o meio ambiente. Se o Rio Grande do Sul será reconstruído, então que seja levando em consideração a necessidade de ter harmonia com o meio ambiente. É preciso aliar toda a infraestrutura geral que será necessária refazer com práticas sustentáveis, que preservem fatores essenciais para o escoamento de chuvas e preservação de matas nativas.

A equação que causou nossa tragédia coletiva tem muitos pontos. Vários deles serão descobertos posteriormente, mas muitos têm algum indicativo. Todos esses, de qualquer maneira, precisarão ser considerado no novo Rio Grande do Sul que existirá após maio de 2024. E de maneira técnica, para evitarmos decisões políticas ou impulsivas em um momento de sofrimento.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Não se pode reclamar: fomos avisados...

Próximo

O que vês das tuas janelas?

Deixe seu comentário