Marcelo Dutra da Silva

Uma experiência de sucesso nas boas práticas ESG

Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
[email protected]

Na última semana estive na sede do Sicredi, em Pelotas, para conversar com a colaboradora Bruna Rezende e conhecer as estratégias ESG da organização e práticas embarcadas no plano de desenvolvimento e sustentabilidade da instituição. Fiquei impressionado com o nível de maturidade da empresa e o quanto já avançaram nos princípios ESG e nas ações de responsabilidade socioambiental.

Com raízes centenárias que remetem à chegada dos nossos primeiros imigrantes, a empresa foi formada a partir da primeira cooperativa de crédito do Brasil, fundada em 28 de dezembro de 1902, em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha. Com mais de seis milhões de associados espalhados por todos os cantos do País, tornou-se uma potência do mercado financeiro cooperativo, com patrimônio líquido avaliado em R$ 30,1 bilhões, de acordo com os dados divulgados em seu site oficial. E este nem é o lado mais interessante.

O Sicredi trabalha com propósito, a título do que muitas empresas com a mesma visão moderna de mercado vêm fazendo. E isso tem feito enorme diferença no ambiente de negócios. Empresas que não têm no que fazem um fim em si mesmo, que agregam novos valores e os ampliam ao adotar estratégias de responsabilidade social e ambiental. Empresas com propósito ancorados na sustentabilidade assumem compromissos materializados na essência da organização, com forte impacto positivo nas comunidades em que atuam. São organizações que promovem o desenvolvimento local por meio do ciclo virtuoso, de retorno na forma de investimento dos recursos captados.

Conforme os dados publicados no seu último Relatório de Sustentabilidade, em 2021 a instituição apoiou 28.077 micros e pequenas empresas e realizou investimento social em projetos de interesse coletivo na área da educação, cultura, esporte, saúde, segurança, meio ambiente e inclusão social. Também destinou crédito voltado à economia verde, que tem como foco os impactos positivos para a sociedade e ao meio ambiente, trazendo melhoria de bem-estar a todos e reduzindo os impactos ambientais. Inclusive, 100% das emissões de gases de efeito estufa geradas nas cooperativas são neutralizados com o apoio à projetos alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

E esta é um questões convergente entre as empresas que se associaram ao ESG e assumiram boas práticas de responsabilidade social e ambiental. Em praticamente todas as emissões e políticas de neutralidade dos GEE aparecem e quase sempre são tomadas como ponto de partida para o início da conversão ao ESG. Outro ponto comum são os comitês de sustentabilidade, que as empresas constituem para formalizar a política de boas práticas e princípios ESG. No Sicredi, 50% das cooperativas já contam com Comitês de Sustentabilidade e mais de dez mil colaboradores foram treinados sobre o tema, visando o protagonismo de cada um no desenvolvimento sustentável da instituição.

Os Comitês assessoram os conselhos de administração das entidades, oferecendo um ambiente de discussão, recomendação de priorizações e acompanhamento de seu desempenho em sustentabilidade. No caso da cooperativa em Pelotas, Bruna mencionou que um novo Comitê está para ser criado, a partir do qual uma série de novas ações poderão ser realizadas, incluindo atividades de pesquisa e desenvolvimento, que permitirão aproximar o conhecimento acadêmico e a empresa em nome do bem comum.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Responsabilidade ambiental

Próximo

A barbárie fascista

Deixe seu comentário