Editorial

Uma onda de furtos e prejuízos

O sempre atento leitor do Diário Popular certamente já percebeu: há em curso em Pelotas uma espécie de epidemia de furtos de cabos de redes elétricas. Dificilmente passa uma semana sem que algum registro sobre isso esteja no Jornal. Das páginas de Segurança até as reportagens da editoria de Cidades.

A edição de ontem é um claro retrato da gravidade do problema. Uma das notícias mostra que o parque Dom Antônio Zattera teve os fios da instalação do sistema de iluminação simplesmente arrancados por ladrões. Duas vezes em uma semana. Iluminação esta que era demanda histórica para um ambiente localizado bem no centro da cidade e que, por anos, não era atrativo ao público após o cair do sol devido à escuridão que tomava conta. Pois bastou a Prefeitura executar a melhoria, parte de uma obra maior de requalificação viabilizada com recursos do governo federal via emenda parlamentar, para que gatunos vissem a oportunidade de arrancar a fiação. O resultado é que, pelo menos por enquanto, o parque está às escuras, desestimulando passeios noturnos e até mesmo o uso da pista de skate nestas noites de verão.

Ainda mais grave que isso, no entanto, é a informação trazida em primeira mão pela coluna Espeto Corrido, ampliada e testemunhada in loco pela repórter Victoria Dutra, de que o Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação e Desporto está sem energia há uma semana. O motivo: furto de cabos da rede elétrica, também. Bandidagem que, além de deixar o local em condições praticamente inviáveis de permanência dos funcionários, colocou em risco a integridade de toneladas de alimentos destinados à merenda da rede pública de ensino.

Como dito, furtos de fiação como estes deixaram de ser exceção, casos isolados. Já foi assim com a iluminação pública do Parque da Baronesa, da avenida Viscondessa da Graça e de tantos outros pontos da cidade.

Embora seja compreensível a impossibilidade de uma garantia plena de que isso deixará de acontecer, já que envolve também um problema social mais amplo, vale o debate acerca da vigilância de bens e espaços públicos. Em sua missão de origem, esta tarefa caberia à Guarda Municipal. Aparentemente, há necessidade de se repensar a proteção ao patrimônio público e, possivelmente, reforçar este trabalho da GM. Afinal, se nem mesmo locais como estes, de ampla visibilidade e importância para a cidade, estão livres de ações grosseiras como estes furtos, o que esperar de outros bens do Município e de todos os cidadãos pelotenses. Estes que, no fim das contas, acabam pagando de novo para que as instalações sejam refeitas e os serviços normalizados.

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