Editorial

Vencer o Aedes aegypti segue um desafio

A proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue e chikungunya, continua a ser uma ameaça significativa à saúde pública em praticamente todo o Brasil. E isso fica claro quando percebemos que até mesmo o sul do País, que no senso comum pode parecer a região menos propícia ao inseto devido ao clima mais frio, enfrenta a realidade de lidar com as enfermidades. E não só com casos importados. Na segunda-feira, Pelotas identificou o segundo caso autóctone - contraído dentro da cidade - de dengue. A poucos quilômetros de distância, a vizinha Rio Grande notificou o primeiro caso autóctone de chikungunya. Registros que alertam para a necessidade urgente de enfrentarmos esse desafio com ampla atenção.

O combate ao Aedes aegypti não é uma tarefa simples. O mosquito adapta-se facilmente aos ambientes urbanos, reproduz-se em recipientes de água parada. Muitas vezes, locais propícios ao inseto que ficam dentro das próprias residências. E é por isso que o enfrentamento ao mosquito e, consequentemente, às doenças transmitidas por ele passa não só pelo trabalho do poder público. De nada adianta o notável esforço feito pelas Secretarias de Saúde de Pelotas e Rio Grande, assim como de qualquer outra cidade que exerça esse cuidado e monitoramento, se não houver o engajamento da população em relação às medidas preventivas.

O cenário atual é particularmente preocupante, uma vez que estamos enfrentando simultaneamente a dengue e a chikungunya. Ambas as doenças podem causar sintomas graves e, em casos extremos, levar à morte. Felizmente, todos os casos autóctones identificados até o momento em Pelotas e Rio Grande não chegaram a isso, com as pessoas já recuperadas e bem de saúde. No entanto, não deixa de ser um alerta.

Prefeituras e cidadãos precisam redobrar esforços no combate ao mosquito. A intensificação das ações de controle, como a eliminação de criadouros e a aplicação de inseticidas adequados, é essencial para interromper a cadeia de transmissão dessas doenças que, a esta altura do desenvolvimento do País, sequer deveriam causar tamanha preocupação. Há muitas formas de promover informação, de comunicar com as pessoas e enfrentar a disseminação do mosquito. Contudo, ainda assim, seguimos lidando com o desafio e colocando em risco a saúde de todos, que continuamos expostos à possibilidade de ter uma das doenças.

É crucial investir em educação e conscientização. Campanhas de informação devem ser ainda mais divulgadas. Escolas, empresas, órgãos públicos e espaços comunitários precisam estar engajados, a fim de atingir o maior número possível de pessoas. A superação da proliferação do Aedes aegypti exige abordagem integrada, envolvendo poder público, sociedade civil e comunidade em geral. Somente com a cooperação de todos poderemos ter sucesso contra essa ameaça à saúde pública.

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