Acordo

Municipários de Pelotas aceitam reajuste de 3,83%

Após três horas de assembleia, categoria concordou com proposta do governo e também aprovou vale-alimentação de R$ 400

Foto: Carlos Queiroz - DP - Atualmente, parte dos servidores recebem abaixo do salário mínimo e necessitam de complementação

Os municipários de Pelotas aprovaram nesta segunda-feira (19) o reajuste salarial de 3,83% proposto pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) na semana passada. A categoria aceitou também uma atualização no valor do vale-alimentação da categoria, passando dos atuais R$ 330 para R$ 400. Os servidores votaram as propostas em assembleia geral no auditório do Colégio Pelotense.

Apesar do reajuste do vale-alimentação ter vindo acima do esperado pela categoria, o clima da assembleia foi de descrença. O encontro, que começou com o auditório praticamente lotado, foi se esvaziando à medida em que as temperaturas baixavam e o cenário se definia pela aprovação da proposta. Durante a votação, em torno de metade do público inicial continuava na plenária.

O principal descontentamento foi pela negativa do Município em elevar o salário-base dos servidores ao mínimo nacional. Atualmente, parte dos servidores recebem abaixo do salário mínimo e necessitam de complementação, ficando sem nenhum tipo de reajuste nas negociações da data-base.

Apesar da resignação quanto ao reajuste, a categoria afirma pretender continuar mobilizada. "A prefeita não manda na nossa luta, não manda nas nossas necessidades, e nós vamos continuar indo nos setores, falando sobre carreira, que a gente quer trabalhar", disse a diretora do Sindicato dos Municipários (Simp), Rosângela Mendes.

A presidente do Simp, Tatiane Rodrigues, também criticou a prefeita, reclamando que mesmo funcionários com os salários mais baixos, que recebem complemento, terão o ponto cortado devido à paralisação do dia 7. "Eu entendo que nós chegamos num brete, nós vamos ter que votar [a proposto de reajuste], mas a luta não para."


O pedido e o aprovado

A proposta da Prefeitura ao Simp veio com um mês de atraso, após o Executivo ter anunciado que o acordo da data-base, fixada em maio, ficaria para junho para que a gestão pudesse avaliar o impacto financeiro de qualquer reajuste. A justificativa para o índice abaixo do demandado pela categoria é o peso da folha de pagamentos sobre o orçamento do Município. Atualmente, a folha representa 53,7% da receita corrente líquida, próximo do limite legal de 54%. Segundo o Executivo, o reajuste de 3,83% terá um impacto mensal de R$ 1,02 milhão.

O pedido de aumento de 15,96% havia sido aprovado pelo servidores em assembleia no começo de maio junto com outras 22 demandas. Com o anúncio por parte da Prefeitura de que uma resposta sairia somente em junho, outra assembleia aprovou indicativo de greve da categoria e uma paralisação, promovida na manhã do dia 7 de junho. Na manifestação, servidores estiveram frente à Câmara de Vereadores e um grupo chegou a se reunir com parlamentares para apresentar as demandas da categoria.

Atualmente, a Prefeitura de Pelotas tem 7.630 servidores efetivos, 411 CCs e 483 contratos temporários. No ano passado, a folha teve um custo de R$ 666,7 milhões.

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