Saúde
Prefeita anuncia medida para contratação de anestesistas para o Hospital Escola
HE enfrenta crise desde o ano passado
Foto: Michel Corvello/Ascom - Paula anunciou medida em live nas redes sociais
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), anunciou na tarde de ontem a adoção de uma medida emergencial para a contratação de médicos anestesiologistas para atender no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel). A medida envolve o redirecionamento de R$ 500 mil de emendas parlamentares do ex-deputado estadual Fernando Marroni (PT).
A iniciativa visa suprir, por cerca de três meses, o déficit de profissionais que o hospital vem enfrentando desde o ano passado e que acarretou no atraso de inúmeros procedimentos cirúrgicos. A prefeita anunciou a medida ao lado do pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel, Paulo Roberto Ferreira Jr., em uma transmissão nas redes sociais da Prefeitura.
Desde o início da crise, o HE buscou diversos meios para contratar os profissionais, mas acabou não tendo sucesso por falta de interesse de anestesistas. No pronunciamento, a prefeita comentou a tentativa de contratar os médicos através do município para suprir a demanda do Hospital Escola e falou da dificuldade de direcionar recursos próprios do município para a demanda.
Segundo a prefeita, as emendas de R$ 500 mil do ex-deputado Marroni eram direcionadas diretamente ao HE, mas não havia possibilidade de usá-las para a contratação de anestesistas. Paula disse que pediu a Marroni que redirecionasse as verbas para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o que daria um fôlego no orçamento, que possibilitaria a contratação dos especialistas pelo Município.
O processo para a contratação dos profissionais será aberto nos próximos dias pela Prefeitura de Pelotas. "Esperamos fortemente que todos os anestesistas de Pelotas, sensibilizados e que tenham alguma carga horária livre, possam, através de um CNPJ, se inscrever no nosso chamamento e dedicar algum tempo desse horário livre para ajudar o HE durante esse período de três meses no qual nós vamos buscar a solução definitiva", disse Paula.
Entenda
A crise nos atendimentos do Hospital Escola da UFPel começou em novembro do ano passado com o fim da residência em Anestesiologia e a redução de dois anestesistas do quadro. Enquanto o ideal para atender a demanda do HE é que haja ao menos 12 anestesistas, apenas sete continuaram atendendo. Esse déficit provocou uma reação em cadeia, que inclui a greve de residentes de Cirurgia Geral e de Ginecologia e Obstetrícia, mudanças no atendimento da maternidade e o adiamento de diversas cirurgias eletivas.
Ao longo da da crise, a administração do hospital, que é ligada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa federal ligada ao Ministério da Educação, vem buscando formas de driblar o déficit de médicos. Tentativas de contratação emergencial de médicos, seja por pessoa física, seja por terceirização, se arrastam desde dezembro sem sucesso.
O cenário gerou preocupação em lideranças da região, que têm no HE o único hospital da região Sul com atendimento 100% SUS. A Azonasul, entidade que representa 22 municípios da região, entrou na causa buscando articulação política para solucionar a crise. A associação indicou ainda a possibilidade de os municípios contratarem anestesistas para atender o Hospital Escola através de consórcio.
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