Crime

Ex-diretor da Perg é preso por envolvimento com organização criminosa

Preso preventivamente, é acusado de levar celulares e drogas para dentro da penitenciária

Divulgação MP - Dois agentes penitenciários foram presos durante a fase dois da Operação Perg

O ex-diretor da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg), Leandro Brinkerhoff Suanes, foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (5), ao sair do complexo penitenciário, e encaminhado para presídio em Canoas. Ele é apontado como integrante de uma organização criminosa e acusado de levar celulares, drogas e dinheiro para dentro da casa prisional da Zona Sul. A investigação que chegou a este resultado durou aproximadamente oito meses, contando com a investigação do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic) e da Polícia Civil com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Considerado o principal alvo desta segunda fase da Operação Perg, Suanes é apontado como personagem de extrema importância dentro da facção. O Ministério Público, através da quebra de sigilo bancário, apontou que ele movimentou em suas contas bancárias, no período entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2023, o valor de R$ 7,3 milhões.

O ex-diretor da Perg, que atualmente trabalhava como agente penitenciário, foi preso quando saia do seu turno de trabalho. No momento da detenção, os policiais do Gaeco encontraram R$ 60 mil em um fundo falso de sua caminhonete. Dinheiro que o MP aponta como recebido do dia pelo tráfico na galeria 2 da Perg. O pagamento teria sido feito por um apenado, líder da galeria e integrante do grupo criminoso.

Também foi cumprido um segundo mandado de prisão, contra este líder de galeria, identificado como responsável pelos contatos e pagamentos aos agentes penitenciários que levavam materiais ilícitos. Somente entre julho e novembro de 2022, este apenado movimentou R$ 545 mil em uma de suas contas bancárias. Ele é apontado como o responsável por arregimentar agentes, colocando-os em contato com integrantes da facção fora da penitenciária.

Entregas combinadas fora da Perg

Conforme o promotor Rogério Meirelles Caldas, do Gaeco Núcleo Região Sul, drogas, celulares e outros itens eram entregues a Suanes em locais pré-determinados, geralmente no Cassino ou no centro de Rio Grande. Os materiais eram levados pelo ex-diretor para dentro da Perg e, depois, o líder da galeria fazia o pagamento com dinheiro em espécie ou pix.

“A movimentação financeira do ex-diretor se mostrou completamente incompatível com sua condição de servidor público sem outra fonte de renda lícita declarada”, conta Caldas. Além do dinheiro averiguado nas contas, Suanes é apontado como dono de uma casa no Cassino avaliada em R$ 1 milhão, além de duas carretas reboques e dois veículos de luxo, uma BMW e uma caminhonete Mitsubishi. Dois apartamentos em um prédio na avenida Rio Grande também estariam entre os bens, mas não foram alvo da operação, segundo o promotor.

“Tínhamos indícios de que estava entrando muita droga na penitenciária e não estavam sendo apreendidas. Drones estavam sendo avistados, drogas e telefones aparecendo e não havia por parte da direção da casa apreensão destes ilícitos. Chegou ao nosso conhecimento que agentes penitenciários estavam participando da organização criminosa e houve inclusive prisões em flagrante de dois policiais, na semana passada, introduzindo os materiais”, detalhou Caldas.

As quebras de sigilos bancários e fiscais foram obtidas depois que a Corregedoria da Susepe obteve a informação de que agentes penitenciários estariam recebendo dinheiro. Suanes também é acusado de receber de visitantes e apenados R$ 391.373,51, utilizando sempre o mesmo caixa eletrônico para depositar para si R$ 379.228,00 em dinheiro. Essas movimentações na boca do caixa foram feitas durante o horário de trabalho ou quando saía da Perg após o expediente.

A mulher do agente foi presa em flagrante por posse irregular de munição. Familiares também estão sendo investigados por lavagem de dinheiro e cotação de bens. Ao todo, além das três prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Pelotas, Canoas e Rio Grande. Foram apreendidos também drogas, computadores, armas, munições, documentos e celulares.


“Cortamos na própria carne”, chegou a dizer Suanes

No dia 3 de julho de 2020, enquanto exercia a função de diretor da penitenciária, após um agente penitenciário ser flagrado levando droga e facas para dentro da Perg, Leandro Suanes deu entrevista ressaltando a prisão. “Cortamos na própria carne, mesmo sendo um colega nosso. Apuramos que ele estava cometendo um crime e prendemos. Foi um trabalho muito importante e integrado das forças policiais para apurar essa situação”, disse na ocasião.

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