Com a mesma roupa que saiu de casa no dia 19 de junho, moletom verde, calça preta e tênis preto e branco, Jonatas da Silva Soares, de 32 anos, chegou até o posto da Polícia Rodoviária Federal de Pelotas, localizado na BR-116, pedindo ajuda. Segundo o agente Cleverson Santos, o homem disse que havia se afastado de casa, tendo saído sem rumo, após abandonar o carro em um posto de combustíveis.

“Encontramos-o em frente ao posto e o chamamos para conversar. Ele disse que precisava de ajuda, pois pensou inclusive em tirar a vida. Foi quando dissemos que ele estava no local certo, pois aqui nós salvamos vidas”, disse o policial. Quando os policiais perguntaram o motivo de Jonatas estar caminhando sem rumo por oito dias, disse que se afastou de casa por estar com sérios problemas pessoais e financeiros, inclusive com dívidas.

Conforme o agente da PRF, não parecia alguém em situação de rua, apenas com aparência de muito cansado. “Ele disse que tinha R$ 52,00 no bolso, quando decidiu ir embora. Economizando, conseguiu se alimentar um pouco, bebendo muita água. Também nos contou que dormiu muito pouco”, relatou ele.

Cleverson entrou em contato com a família, avisando que Jonatas havia sido localizado, deixando-os incrédulos. “Avisei primeiro o sogro, depois a esposa, dizendo que iríamos levar Jonas até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), para retirar a ocorrência de desaparecimento. Acredito que ele vá precisar de acompanhamento médico e inclusive psicológico. Tentamos auxiliar da melhor maneira possível e agora ele terá que encontrar profissionais da área para para poder se ajudar”, enfatizou.

Relembre
O motorista de aplicativo Jonatas da Silva Soares, de 32 anos, de Pelotas, desapareceu no dia 19 de junho. Ele saiu para trabalhar por volta das 10h e não foi mais visto. A esposa falou com ele pela última vez às 14h36min. Depois disso, o celular não recebeu mais mensagens e as ligações caíam na caixa postal.

A esposa rastreou o carro pelo aplicativo no celular e percebeu que o mesmo estava estacionado em um posto de combustíveis localizado na esquina das ruas Doutor Amarante e Padre Anchieta. Ela ligou para o posto e um funcionário confirmou que o carro estava lá, deixado por Jonatas, que disse que o sogro iria buscar o veículo, que ficou estacionado no pátio, com a chave na ignição.

Em entrevista ao DP, o delegado Félix Rafanhim afirmou na ocasião do desaparecimento que tudo indicava que Jonatas havia desaparecido por vontade própria.