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Novo chefe da Delegacia PRF Pelotas avalia rodovias da região

Fábio da Paz fala ainda sobre diminuição de acidentes, fiscalização de fronteira e integração com forças da segurança

Divulgação - policial rodoviário. Da Paz tem 51 anos e é natural de São Leopoldo

Fábio Guilherme da Paz, 51 anos, natural de São Leopoldo, assumiu a 7ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizada em Pelotas. Nesta entrevista ao DP, ele fala sobre a rodovia mais problemática em termos de estrutura, a diminuição de acidentes com a duplicação da BR-116, a fiscalização em fronteiras e a integração com as forças de segurança.
Da Paz ingressou na PRF em 2005, na 1ª Delegacia PRF, em Porto Alegre, onde desempenhou as funções de chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização de 2009 a 2011 e de chefe substituto em 2011, quando foi designado para o Núcleo de Operações Especiais, onde permaneceu até 2013, atuando em operações regionais e nacionais.
O policial rodoviário tem passagens ainda pela 3ª Delegacia PRF de Osório, pelo Grupo de Patrulhamento Tático, como chefe do Núcleo de Capacitação, chefe da Seção de Operações, pela chefia da 2ª Delegacia PRF de Eldorado do Sul e por último como chefe do Núcleo de atenção à Saúde, até assumir a função de Chefe de Delegacia da 7ª Delegacia da PRF em Pelotas.

Conforme os números que a PRF divulga em operações, percebe-se que os acidentes de trânsito aumentaram, porém, as vítimas diminuíram. Qual é a lógica deste cenário?
Há alguns anos, a PRF contabilizava apenas os números de mortos e, baseado nisso, atuávamos e realizávamos ações em cima destes indicativos. Depois, começamos a trabalhar as ações também em relação aos acidentes graves, que é quando ocorrem feridos e mortes. Às vezes um único acidente pode resultar em várias mortes, como em casos de acidentes com ônibus. De outra forma, vários acidentes resultam cada um em uma morte, em local bem mais perigoso. Resumidamente, atuamos hoje pelo indicativo de acidentes graves, independente do número de mortes.

Como pretende trabalhar em sua gestão?
Meu perfil é de integração. Temos que estar integrados com os todos os órgãos de segurança, trabalhando esta parceria, o que a gestão passada já vinha realizando e o fez muito bem. Em Pelotas temos uma integração muito boa, assim como em Rio Grande, Canguçu, Jaguarão, onde participamos com a Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal de ações e reuniões dos Gabinetes de gestão Integradas (GGI). Pretendemos manter essa integração, manter essa união entre as forças de segurança pública.

Quais são as estratégias em relação à segurança pública em Pelotas, principalmente quanto ao Pacto Pelotas pela Paz?
Isso é um pouco mais amplo. A circunscrição da delegacia compreende vários municípios. A base está em Pelotas. Então a gente não atua em prol apenas de Pelotas, a gente atua em prol de toda a região, principalmente com a missão de verificar quem transita, quem passa pela rodovia. Não é apenas a comunidade de Pelotas, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar ou Jaguarão, que são as principais da região. Temos que analisar o contexto: quem vem de Santa Catarina, quem está vindo do Uruguai, quem passa, quem transita pelas rodovias na nossa região, e esse é o nosso foco. Obviamente que Pelotas por ter uma representatividade muito maior, sendo um dos municípios mais populosos do Estado, com uma estrutura grande, requer as ações em relação ao Pacto, com inserção dentro do contexto e atuação em conjunto com as ações operacionais, educativas, inclusive de inteligência. Essa é a missão da PRF, não só dentro do contexto do Pacto Pelotas pela Paz, mas também na questão do Programa Virada da Paz, em Rio Grande.

A atuação da PRF foi ampliada com o passar dos tempos, ganhando muito mais atribuições, passando de agentes fiscalizadores de trânsito em rodovias federais para um papel mais atuante, de polícia propriamente dita. Como se deu isso?
Constitucionalmente a PRF sempre teve esse papel. A partir da Constituição de 1988, ela ficou vinculada ao Ministério da Justiça e desde então tinha já esse papel. Claro que com o passar dos anos, culturalmente, isso foi se atualizando e hoje, além das questões todas do trânsito, onde nós ainda somos referências, a PRF também se especializou no combate, no enfrentamento à criminalidade de forma direta. A capacitação, o ensino dentro da PRF foi fundamental, para que isso tivesse outro direcionamento. As necessidades foram aparecendo, precisou ter um equipamento melhor, um uniforme mais adequado, viaturas melhores, blindadas. E tudo isso por quê? Porque fomos ocupando o nosso papel, que de fato é o policiamento ostensivo e ele não se refere apenas a trânsito. Nossa inteligência foi equipada, capacitada e rende bons frutos hoje também para o serviço operacional.

Como se dá o controle da entrada de armas e drogas pela fronteira?
Na verdade não temos o controle. Tentamos, através das fiscalizações, evitar a entrada do armamento e da droga. Baseado em ações de inteligência direcionados à parte operacional, mediante análise, informações e denúncias, vamos trabalhando e atuando pontualmente. Além das fiscalizações normais, pois às vezes temos informação para atuar em cima de uma situação específica, realizamos abordagem em um veículo que pode nos dar alguma informação, como o que está passando naquela rodovia, horário, que dia que está passando. Então, as abordagens, o trabalho do dia a dia do policial no trecho, também alimenta a nossa inteligência, as informações operacionais e a partir daí conseguimos mapear e trabalhar um pouco mais focado na questão do tráfico de armas e drogas.

Em termos de estrutura, qual a pior rodovia da região?
O que temos de pior hoje em termos de estrutura é a BR-471, que leva a Santa Vitória do Palmar e Chuí. Lá não há concessão, ela não é duplicada, existe uma reserva ambiental, com muitos acidentes com animais e dificuldade em atendimento. Ao mesmo tempo, por ter um fluxo menor de veículos ela não gera tanto problema.
Quais os trechos mais problemáticos?
Eu sempre vou considerar os locais com pista simples como os mais complicados em razão das colisões frontais. A BR-392, sentido Morro Redondo, Canguçu, Santana da Boa Vista, se encaixa neste perfil e para nós é o mais complicado. Além da pista simples, tem movimento intenso e trânsito pesado.

Como avalia a BR-116 em termos de estrutura?
É perceptível que a duplicação da BR-116 na região Sul foi muito positiva para escoamento de carga, fluxo de veículos, diminuição no tempo de viagem, assim como o comércio entre as regiões Sul e Central melhorou muito. Mas o principal para nós foi a redução no número de acidentes graves. Porque anterior a duplicação, os acidentes eram do tipo colisão frontal, onde o percentual para óbito é muito grande, pois é um veículo de frente para o outro, geralmente em velocidade avançada. Isso diminuiu consideravelmente.

O que considera um desafio?
Eu já trabalhei na gestão da delegacia da PRF em Porto Alegre, a qual é uma grande delegacia, com grande fluxo de veículos e pessoas em um centro urbano muito grande, e mesmo assim a PRF não se inseria tanto. Aqui no interior a representatividade da PRF adquire um tamanho maior, e isso se torna um grande desafio. O que me motiva mais ainda em manter o nome da PRF nessa integração com os outros órgãos. Internamente estou me inteirando ainda, estou conhecendo o nosso efetivo, e verificando o que precisa melhorar para dar os meios necessários aos colegas a fim de entregarmos mais resultados para a sociedade. Externamente o desafio é ampliar as excelentes parcerias já existentes. Contamos com boa interação entre Pelotas e Rio Grande. Mas percebo que falta algo mais em torno das demais cidades da região. Então vamos trabalhar mais essa questão.

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