O mês de julho fechou com queda nos principais crimes contra a vida e patrimoniais no Rio Grande do Sul, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. O levantamento mostra que, em comparação com julho de 2022, os homicídios caíram 25,2%, chegando ao menor número para qualquer mês computado desde o início da série histórica em 2010. Esta é a segunda vez no ano em que a queda chegou ao menor número absoluto da série.Também houve diminuição em indicadores como feminicídio, latrocínio, abigeato e roubo de veículos.

No que diz respeito aos latrocínios, houve redução de 66,7% no paralelo com julho de 2022. Contudo, o destaque negativo fica por conta de que o único caso deste crime no RS foi registrado em Pelotas.

“São diversos os fatores que podem levar a um roubo seguido de morte, como uma possível reação da vítima ou o criminoso estar sob efeito de entorpecentes, então o trabalho diário no combate aos roubos, além de trazer maior sensação de segurança para a população, reflete na queda dos crimes contra a vida”, enfatizou o chefe de Polícia, Fernando Sodré, durante a apresentação dos dados, nesta quinta-feira (10).

O acumulado do ano também está em queda em comparação aos sete primeiros meses de 2022: foram 27 roubos seguidos de morte em 2023, o que representa menos 15,6% em comparação com os 32 casos do ano passado.

Homicídios
Em julho deste ano, o Estado teve 95 vítimas de homicídio. Mais do que a redução comparativa com o mesmo período do ano anterior. Com 107 vítimas de homicídio, maio de 2023 era, até então, o menor número da série histórica iniciada em 2010. Em Pelotas não foi registrado nenhum homicídio em julho. No entanto, desde janeiro a cidade contabiliza 18 mortes violentas, sendo 16 delas classificadas como homicídios.

Feminicídios diminuem 10%
Desde abril, os casos de feminicídio também mostram queda no RS. Em julho, houve nove casos contra dez no mesmo período do ano passado, o que representa menos 10%. Em Pelotas, houve um feminicídio em julho, no dia 27. De janeiro a julho, foram dois feminicídios consumados.

Entre as medidas adotadas de prevenção e combate, destacam-se a implantação do projeto Monitoramento do Agressor – atualmente 20 agressores estão sob vigilância de tornozeleira eletrônica –, as ações da Delegacia Online da Mulher e a expansão das Salas das Margaridas.

Roubo de veículos apresenta queda histórica
Julho apresentou uma redução de 19,4% nas ocorrências de roubo de veículos em comparação com o mesmo mês de 2022: 258 casos, 62 a menos que no sétimo mês de 2022. É o menor número para qualquer mês da série histórica desde 2010. Os outros dois menores índices também se referem a 2023: 306 em junho e 314 em maio. Com isso, mais de 90% dos municípios gaúchos não registraram um caso. As ocorrências se concentraram em 44 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul.

“Em função das ações estratégicas adotadas pela Brigada Militar, em conjunto com as demais forças de segurança, intensificamos o combate direto ao roubo e furto de veículos, refletindo nesta redução histórica. Somos o escudo da sociedade e seguiremos atuando na capacitação e qualificação dos PMs para fortalecer ainda mais a segurança da população”, ressaltou o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli.

Os índices do Estado se refletem na capital, que desde janeiro verificou uma queda de 12,6% nas ocorrências desse tipo. Pelotas tem 31 registros de roubo de veículo nos sete primeiros meses deste ano. No mesmo período de 2022 houve 24 registros, indicando um aumento de 29% no Município.

Crimes patrimoniais
Em julho, os roubos a transporte coletivo no RS apresentaram alta de 36 para 57 casos. No acumulado, no entanto, as ocorrências no transporte público permanecem em queda: 384 casos em 2022 e 359 em 2023 (menos 6,5%). Os abigeatos também diminuíram no acumulado (menos 16,5%).