Crimes

Pelotas registra aumento no abigeato depois de quatro anos em queda

Em 2022, de janeiro a novembro foram registrados 55 casos. Os indicadores de dezembro ainda não foram fechados

Foto: divulgação - DP - Núcleo de Combate ao Abigeato de Rio Grande atendeu 257 ocorrências no ano de 2022

Por Anete Poll
[email protected]

Os crimes de abigeato, caracterizados como furtos ou roubos de animais, estão entre os maiores pesadelos dos pecuaristas. Pelotas teve quatro anos de queda nos indicadores, mas registrou um acréscimo no ano passado, com 55 ocorrências de janeiro a novembro (os indicadores de dezembro não estão fechados). Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), haviam ocorrências deste crime na manhã de ontem, incluindo um na Vila Princesa, onde uma vaca foi carneada e ainda estava dentro da propriedade. Outra ocorrência foi registrada em uma estância na avenida Adolfo Fetter, onde foi encontrado um tronco de terneiro e dois bois “maneados”, prontos para o abate, sendo que, na semana anterior, quatro bois, acima de 36 meses, da raça Angus e Hereford, já haviam sido furtados.


Os números não foram suficientes para que Pelotas tivesse sido escolhida para uma Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Decrab) ou mesmo um Núcleo de Combate ao Abigeato. Na verdade, os números são considerados “em queda”, de acordo com um relatório divulgado pela Azonasul, no Painel da Violência, em 2022, que registra o decréscimo nos últimos quatro anos. Em 2017, foram 84 ocorrências; em 2018, 68; em 2019, 67; em 2020, 44; em 2021, 34.

Em Pelotas, as demandas existentes são atendidas pelas delegacias da área onde o crime é registrado. Em Rio Grande foi implantado, em dezembro de 2020, o Núcleo de Combate ao Abigeato, que atendeu no ano passado 257 ocorrências em sua área de abrangência, que inclui além de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Chuí, São José do Norte, Arroio Grande e Jaguarão.


O delegado Ronaldo Coelho, titular da 2ª DP de Rio Grande e coordenador do Núcleo, ressalta que o número de ocorrências aumentou. E isso aconteceu exatamente a partir do início dos trabalhos pela equipe, em razão da proximidade dos criadores e o atendimento especializado, inclusive com a intermediação do Sindicato Rural.

“Os policiais que fazem parte da equipe do Núcleo, falam a língua do produtor rural e conhecem as mazelas do campo, buscando dessa forma a aproximação com essa comunidade. A partir daí, os registros são feitos através do Sindicato Rural, por telefone, sem precisar ir na delegacia. Ou, ainda, na própria delegacia, seja pessoalmente ou por telefone”, aponta o delegado.

De acordo com o pesquisador em segurança pública Samuel Rivero, a iniciativa de se ter delegacias especializadas no combate ao abigeato é fundamental. “Os crimes rurais são diferentes, têm suas peculiaridades e muitas vezes envolvem organizações criminosas, desde o furto, ou roubo, até o abate e venda. Mas é um crime subnotificado, pois nem todo mundo faz o registro. Muitas vezes também não conseguimos dimensionar o crime porque um produtor rural faz um registro para diversas cabeças. E isso dificulta o dimensionamento adequado”, observa.


Indicadores

Também conforme o Painel da Violência, publicado em 2022, pela Azonasul, os municípios de abrangência têm 13,70% do rebanho de bovinos e ovinos do Rio Grande do Sul e registraram 12% das ocorrências de abigeato ao longo dos anos de 2017 a 2021. Entre os anos de 2017 e 2021, dez municípios da região concentraram 72,50% dos registros de abigeatos. Com exceção de Pelotas, esses municípios são também os que detém os maiores rebanhos somados de bovinos e ovinos na região.

Em termos absolutos, os cinco municípios que mais registraram ocorrências de abigeatos, nos anos de 2017 a 2021, foram Rio Grande (501), Santa Vitória do Palmar (424), Canguçu (313), Pelotas (297) e Jaguarão (283). Ao longo dos últimos cinco anos, o Estado vem apresentando uma tendência de queda nos registros de abigeato, com um pequeno aumento no ano de 2021. Na somatória dos registros nos municípios da Azonasul, verifica-se uma queda nos registros ao longo dos últimos três anos.

Na comparação da variação do número de registros entre os anos de 2017 e 2021, foram identificados cinco municípios com aumento em abigeato: Amaral Ferrador (700,00%), Canguçu (15,09%), Chuí (54,55%), Morro Redondo (200,00%) e Rio Grande (2,88%).

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Polícia prende o autor do primeiro homicídio do ano em Pelotas Anterior

Polícia prende o autor do primeiro homicídio do ano em Pelotas

Homem é preso no centro de Pelotas após roubo a pedestre Próximo

Homem é preso no centro de Pelotas após roubo a pedestre

Deixe seu comentário