Por Anete Poll
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Uma situação envolvendo três policiais militares e algumas pessoas, resultou em três prisões no domingo (15) e pode acabar em um processo judicial por suposto abuso de autoridade. Um dos detidos, um jovem negro de 20 anos, afirma ter sido agredido em uma abordagem policial, que aconteceu no bairro Dunas, em Pelotas. Além dele, mais duas mulheres foram presas, uma delas é a mãe do rapaz. A família acusa os policiais militares de truculência, afirmando que nenhum dos envolvidos ofereceu qualquer resistência.

Segundo denúncia recebida pelo Diário Popular, os policiais localizaram o rapaz próximo a um carro. Conforme relato de testemunhas, ele não reagiu à abordagem. Sem se identificar, a pessoa que estava lá e presenciou o fato relatou que os três policiais militares “foram pra cima do rapaz, jogando-o ao chão e dando um mata-leão”. Quando isso aconteceu os moradores tentaram intervir.

A denúncia ainda relata que uma mulher, de 57 anos, chegou próximo aos policiais para pedir que parassem com a agressão, e o policial também deu uma gravata nela, jogando-a ao chão, acusando-a de que ela havia desferido um soco. Neste momento, a mãe do rapaz, de 40 anos, desesperada com a situação, tentou intervir e também foi presa. Após o registro de um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), de Pelotas, os três saíram sob fiança, estipulada pelo delegado de plantão, no valor de R$ 1 mil. Na tarde de segunda (16), em audiência de custódia, o juiz não homologou o flagrante e não acatou o pedido de prisão, liberando os três, que agora entrarão contra o Estado, exigindo reparação de danos.

Uma testemunha disse que “quando nós chegamos perto, vimos os brigadianos dando um mata-leão no rapaz, que é negro. Pedimos que parassem, mas eles começaram a ameaçar a todos. Foi uma abordagem como estas que a gente vê na televisão. O policial correu atrás de outro rapaz, que entrou no pátio de casa e, de tão transtornado que estava, o policial deixou a arma cair aos pés dele. Depois o ameaçou, dizendo que ‘iria passar ele’. Logo após, pegou uma arma de choque e utilizou no rapaz que estava sendo estrangulado pelos outros dois policiais. Mesmo no chão, ele recebeu choques, como se pudesse se defender”, ressaltou a pessoa que fez a denúncia ao DP e que frisa que a abordagem foi errada.

Respondendo pelo comando do 4º BPM, de Pelotas, o major Martinez disse que ainda não havia recebido a denúncia. “Porém, com os relatos das testemunhas abriremos procedimento investigativo para apurar os fatos e, ao final, encaminhar a Auditoria Militar Estadual em Porto Alegre. Assim que o procedimento for instaurado, o encarregado irá analisar a necessidade de afastamento do policiamento dos policiais militares”, finalizou.