Força-tarefa

Primeiro ano da DHPP de Rio Grande acumula 93,9% de elucidações de crimes

Uma demanda antiga que só foi concretizada no início do ano passado, após o município chegar a 99 mortes violentas em 2022

Foto: Divulgação - Entre 2022 e 2023, os crime de homicídio reduziram 58%

Depois de uma onda de crimes que aterrorizaram a cidade de Rio Grande em 2022, com a triste marca de 99 mortes violentas, o Município vive um cenário mais tranquilo com o trabalho realizado pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que completa um ano e dois meses de atividades. A concentração das investigações, com o apoio de outros setores da segurança pública, resultou na redução de 52% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) e 58% nos homicídios, fechando o 2023 com 47 casos. Para as autoridades, as disputas pelo controle e hegemonia do tráfico de drogas na cidade foram responsáveis por esse período violento na cidade.

“Na época, Rio Grande não contava com uma Delegacia especializada em investigações de homicídios. Cada crime era investigado pelas distritais, conforme a área em que praticado. Surgiu, assim, a necessidade de apuração conjunta dos crimes, em razão de ser identificada a conexão entre a maioria dos fatos”, lembrou a titular da 7ª Delegacia Regional de Polícia Civil, delegada Lígia Furlaneto. Assim como em Pelotas, em 2012, primeiro foi montada uma força-tarefa que funcionou na Delegacia Regional.

Conforme a delegada, o trabalho investigativo da força-tarefa de combate aos homicídios se dividiu em duas etapas. Uma relativa às investigações normais, com a apuração da autoria e materialidade, identificando os executores, imagens e testemunhas. “A outra fase, denominada investigações de seguimento, foi voltada para a análise de todo o material produzido nas investigação, tendo como objetivo a vinculação dos mandantes, autores mediatos, sem os quais as execuções não seriam permitidas, pois eles detém o controle sobre seus comandados, integrantes das facções”, explicou Lígia.

Ainda conforme a autoridade policial, esse trabalho apontou diversos líderes das duas facções envolvidas, indicando-os nos inquéritos e tendo suas prisões preventivas decretadas. “Foi um trabalho investigativo que contou com o apoio do Departamento de homicídios e do Ministério Público.” Com a criação da Delegacia Especializada em Homicídios, somente no ano de 2022, a Polícia Civil teve um índice de elucidação de 85% dos homicídios. Já no acumulado de 2023 chega a 93,9%.

Para o titular da DHPP, delegado Alexandre Mesquita, com a instalação da especializada, possibilitou-se um maior aprofundamento nas investigações, com o objetivo de identificar todos os autores, mediatos (mandantes e intermediários) e os imediatos - os executores, ou seja, conforme o delegado, quem puxa o gatilho. “Assim, ao longo do ano, além de verticalizar a investigação dos fatos ocorridos no ano de 2023, igualmente reabrimos investigações pretéritas para indiciamento de mandantes chefes de facção que estão em muitos casos com prisão preventiva decretada e inclusive com transferência para o sistema penitenciário federal”, comentou. Da mesma forma, diversos casos já foram julgados pelo Tribunal do Júri, e muitos outros seguem em tramitação no Poder Judiciário.

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