Alerta

Mais de 36 mil águas-vivas são encontradas na orla do Cassino

O grande acúmulo de animais mortos normalmente não ocorre nesta época do ano; com bandeiras roxas, salva-vidas alertam para o cuidado ao circular na praia

Foto: Divulgação - DP - Animais foram encontrados entre as guaritas 15 e 19

O grande número de encalhes de águas-vivas que surgiu na manhã desta terça-feira (9) ao longo da orla da Praia do Cassino chamou a atenção de moradores e banhistas. Conforme levantamento da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no trecho mais crítico de incidência, em apenas 80 metros, foram contabilizados cerca de 30 mil animais. Entretanto, a espécie é inofensiva ao ser humano por não conter a toxina alergênica. Mesmo assim, o Balneário acumula o maior número de lesões por outras águas vivas no litoral sul, com 936 ocorrências desde o início da Operação Verão.

Animais da espécie Lychnorhiza lucerna, a ocorrência das milhares de águas vivas mortas é considerada anormal para esta época do ano. Conforme o biólogo e professor do Instituto de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande (IO/Furg), Renato Nagata, o episódio foi causado pelo grande volume de chuvas dos últimos meses que influenciou na entrada de água doce da Lagoa dos Patos na praia. "Elas preferem águas mais salgadas, oceânicas, e muito provavelmente essa condição atrasou o aparecimento dessas águas vivas e elas surgiram agora em janeiro". Os animais têm uma grande distribuição no litoral sul e em período normais, o surgimento ocorre no final da primavera.

Após o seu ciclo normal de vida as águas vivas que morrem tendem a se acumular devido a hidrodinâmica das ondas e acabam encalhando na praia do Cassino. "E vão aparecer nesses números absurdos que nós estamos observando agora, é um fenômeno que chama muito a atenção pela quantidade de animais, mas é algo normal de ocorrer aqui na região, no Uruguai e na Argentina", explica Nagata.

De acordo com a contagem de alunos do grupo de pesquisa do biólogo, na área de maior concentração, no sul do balneário, foram contadas 30 mil águas vivas encalhadas. Em um segundo trecho, próximo ao norte, foram encontrados mais seis mil animais. Apesar de chamar a atenção devido a grande quantidade, o professor explica que o fenômeno em geral é inofensivo aos banhistas, já que a espécie normalmente não causam lesões conhecidas popularmente como queimaduras, mas é importante o cuidado das pessoas se manterem longe dos animais devido a possíveis manifestações alergias. "É importante evitar o contato com esses animais e com qualquer animal marinho", ressalta.

Para quem for circular na orla do Cassino, o maior volume das águas vivas estão dispostas entre as guaritas 15 e 19 dos salva-vidas e as bandeiras roxas sinalizam a incidência na extensão.

Lesões

Com 936 registros, dentre as oito praias do litoral sul, o Cassino é a praia com o maior número de lesões por água viva. Conforme o boletim diário dos bombeiros de atividades na Operação Verão, nos últimos dias, a quantidade de ocorrências no balneário tem aumentado. No entanto, o professor Renato Nagata, destaca que a incidência dos animais que provocam os ferimentos, como as da espécie Olindias sambaquiensis, ainda não apareceu em grande quantidade, o que pode ocorrer nos próximos 15 a 20 dias.

Salva vidas no Cassino, o Tenente Edson Germiniani alerta para que os banhistas tenham atenção em relação às bandeiras roxas. Já em caso de lesão, a orientação é que o local seja lavado com água e em abundância e em seguida o banhista deve se dirigir a uma guarita para uma avaliação com o guarda vidas. "Assim como para passar o vinagre para cortar a ardência e para ver se há necessidade de um encaminhamento ao hospital".


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