Trânsito

Relatório considera maioria das rodovias da Zona Sul como regulares

No levantamento que analisa as condições das malhas, somente duas BRs tiveram pavimento, sinalização e geometria considerados dentro do ideal; já os caminhoneiros destacam a RS-101 e BR-293 como as piores

Arte: Suélen Lulhier - DP - Diferente de várias vias do restante do Estado, na região, nenhuma malha apresentou situação ruim ou péssima

De acordo com o relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT), dentre as seis principais rodovias da Zona Sul, quatro apresentam toda a extensão ou trechos considerados como regulares. A pior avaliação no levantamento é a da RS-101, seguida pela BR-293 e ambas têm toda a extensão da malha em condições medianas. Já as BRs-471 e 116 apresentam boas condições de tráfego em todos os seus prolongamentos. Diferente de várias vias do restante do Estado, na região, nenhuma malha apresentou situação ruim ou péssima. Mesmo assim, os caminhoneiros reivindicam melhorias principalmente em relação a buracos. 

Responsável pela maior parte do transporte de carga e por quase todo o tráfego de passageiros, as condições das rodovias no Rio Grande do Sul, assim como no restante do País, impactam em diversos segmentos. Como no preço do frete e consequentemente no valor dos produtos finais, no consumo de combustível fóssil e por outros fatores como prejuízos de manutenção.

Na Zona Sul, as rodovias recebem grandes fluxos de escoamento da produção devido ao Porto de Rio Grande e as ligações com países vizinhos. Uma dessas vias é a BR-392, malha que entre Pelotas e Rio Grande tem o trecho classificado como ótimo. No entanto, o restante da extensão da Princesa do Sul e Santana do Livramento é considerado regular em razão de falhas na sinalização e geometria. 

Avaliação de quem percorre diariamente

Realizado trajetos rotineiramente na via, o caminhoneiro Yuri Lopes concorda com a avaliação da CNT e declara que as condições da BR-392 se tornam piores próximo a Santa Maria. “Fazendo essa linha tem que trocar a suspensão em seguida, revisão e troca de lâmpadas. Em vista de outros lugares aqui está melhor, a partir da Ecosul para baixo está melhor”, compara.

Além disso, o motorista critica o estado da RS-101. Trecho que, de acordo com o relatório, tem sinalização e geometria ruins. “Está ruim, mas o pior trecho se encontra a partir de Tapes. São muitos remendos, ao invés deles taparem os buracos certinhos, eles só fazem remendo em cima de remendos e ficam calombos na pista”

Já para os caminhoneiros Francisco Santos e Adriano Torres, dentre as rodovias consideradas regulares, a que apresenta as piores condições é a BR-293. Para ambos, as consequências têm sido o aumento de despesas com os caminhões e viagens. “Eu tráfego no sentido fronteira e Porto de Rio Grande, está bastante precária. É trepidação, buracos, eles tapam, mas na primeira chuva já está tudo fora, não é feito um serviço concreto”, relata Torres. Já de acordo com Santos, é comum encontrar diversos veículos parados no acostamento devido a pneus furados. “Eles fazem operação tapa buracos, mas não resolve, passa um tempo e abre tudo de novo. Esses dias, na 293, eu vi cinco carros parados por causa de pneus estourados”.

Torres enumera ainda as peças que tiveram que ser trocadas no caminhão em razão dos danos causados pelos buracos e desníveis das pistas. “Quando tem um buraco e vem outros de frente, não tem como desviar e em dia de chuva tudo cheio de água, estoura pneu, quebra mola, aumenta muito a manutenção do caminhão”, reclama. 

O que diz o Dnit 

Sobre a situação das BR-392 e 293, em nota, o Dnit declara que monitora mensalmente a condição da malha rodoviária sob sua jurisdição e trabalha para garantir o melhor nível de serviço dentro da disponibilidade orçamentária.

A autarquia destaca ainda que parte dos danos nas vias são causados pelos eventos climáticos intensos que têm atingido o Rio Grande do Sul nos últimos meses. Contudo, a autarquia salienta que em boa parte dos casos, os trechos estão sendo liberados rapidamente e os reparos realizados de forma emergencial por meio dos contratos de manutenção rotineira vigentes nas respectivas rodovias. 

Manutenção 

Concessionado, o trecho da BR-392, entre Pelotas e Canguçu, recebe pelo menos duas manutenções anuais em sinalização horizontal, tachões, tachinhas, refletivos e placas, de acordo com a Ecosul, responsável pelo trecho.

Sendo assim, a concessionária declara que o resultado final da avaliação do trecho não possui relação com a conservação da estrada, mas sim com a geometria e as características da implantação da rodovia naquela região de serra, marcada por muitas curvas e sinuosidades. Em média, 90 mil veículos comerciais e de passeio utilizam por mês o referido trecho, cuja tarifa básica é de R$ 15,20. 

Manutenção II 

Já sobre a RS-101, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) declara que realiza conservação contínua e permanente do pavimento no trecho sob sua jurisdição. Ao longo do ano teriam sido realizadas ações de remendos, recapeamentos e tapa-buracos.

Além disso, a sinalização teria sido reforçada, principalmente em pontos críticos de segurança viária. O Daer está tramitando a contratação de uma empresa de conservação de sinalização. Finalizado o processo, será dada prioridade à rodovia para a execução desses serviços. Outras ações de reforço de sinalização e de pavimento estão previstas para o primeiro semestre de 2024.

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