Grana
Vigilantes cobram de salários atrasados em Rio Grande
Funcionários de terceirizada que presta serviços à Prefeitura estão há dois meses sem receber
Foto: divulgação - DP - Vigilantes foram recebidos na prefeitura
Por Douglas Dutra
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Trabalhadores de uma terceirizada da área de segurança privada que presta serviços para a Prefeitura de Rio Grande protestaram na manhã desta segunda (9). Os funcionários se reuniram em locais onde a empresa presta serviços na cidade, incluindo uma manifestação em frente à sede do governo municipal. O pedido do grupo é que sejam pagos salários que estão atrasados há dois meses.
Segundo o Sindicado dos Vigilantes de Rio Grande, a empresa Seltec tem funcionários atuando em estabelecimentos de diversos ramos, tanto do setor público quanto do privado. Além dos salários atrasados, os empregados também não receberam outros direitos, como o 13º salário de 2022 e rescisões.
De acordo com Maximiliam Gonçalves, representante do Sindicato, a situação com a terceirizada é inédita nos mais de 20 anos em que ela atua no Município, afetando dezenas de famílias. "A gente tem casos de vigilantes com 19 anos de empresa e a esposa com nove anos. Então, imagina os dois passarem agora dois meses sem salário, sem 13º?", lamenta.
A advogada do Sindicato, Vanessa Bohns, diz que o pagamento dos salários é preocupante por provocar reflexos graves na vida dos funcionários. "Temos hoje trabalhadores sem salários e sem 13º e alguns correm risco de ser presos por falta de pagamento de pensão alimentícia, outros sem comida na mesa."
Uma ação civil coletiva tramita na Justiça do Trabalho na tentativa de regularizar os salários dos funcionários. Em uma decisão liminar, emitida no mês passado, consta que "as empresas do grupo Seltec passam por dificuldades financeiras" e "não dispõe de recursos financeiros" para quitar as dívidas trabalhistas. Em contato com a empresa, a Seltec disse que "todas as informações estão no processo do Sindicato".
Prefeitura se posiciona
Segundo a Prefeitura de Rio Grande, que possui vínculo com a Seltec, a falta de pagamentos vem acontecendo por problemas administrativos da empresa, e não por falta de repasses do Executivo. "A empresa se encontra impedida judicialmente de receber os valores de pagamentos, que estão sendo depositados em juízo, ou seja, em uma conta indicada pela Justiça para que os valores de prestação de serviço sejam recolhidos", explica o procurador-geral do Município, Ênio Fernandez Júnior.
Segundo Fernandez, a Prefeitura tem três notas em aberto com a terceirizada, que serão avaliadas para confirmar se a empresa está regular para receber os recursos. "Isso deve ocorrer nos próximos 15 a 20 dias", estima.
A reportagem tentou contato com as outras empresas cobradas pelo Sindicato dos Vigilantes, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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