Vitivinicultura

Qualidade da safra 2023 deve impulsionar enoturismo na Campanha Gaúcha

Vinícolas boutiques da região apostam no aumento das vendas diretas aos visitantes

Divulgação - DP - Vinícola Batalha, no município de Candiota, recebe os turistas com churrasco assado no fogo de chão

É na qualidade do vinho e nas experiências gastronômicas que os vitivinicultores do extremo sul do Rio Grande do Sul apostam para consolidar o roteiro turístico Vinhos da Campanha Gaúcha. As vinícolas oferecem diferentes interações com a cultura gaúcha como atrativos e esperam ampliar o número de visitantes com a chegada dos vinhos da nova safra. Os produtos de 2023 se destacaram na análise sensorial feita para a outorga dos selos Identificação de Procedência (IP).

Um dos destaques é a Vinícola Batalha, no município de Candiota, que recebe os turistas com churrasco assado no fogo de chão. Esta vinícola boutique experimentou um pico de visitantes logo após a reabertura aos turistas, depois de ter fechado na pandemia. “Tínhamos grupos agendados todos os finais de semana e a venda direta chegou a 50% do nosso faturamento. Agora, percebemos uma reacomodação do turismo como um todo e as vendas diretas estão no patamar de 30% do total”, explica Giovâni Peres, um dos sócios.

A vinícola organiza a recepção com o churrasco fogo de chão acompanhado com os vinhos e espumantes locais sob agendamento (que não é necessário para as visitas guiadas à produção). A aposta é que esta demanda voltará a crescer com a procura de vinhos da safra 2023, como o tannat, que já é considerado o vinho ícone da vinícola. Peres, que é o agrônomo responsável pelo vinhedo da Batalha, explica que a estiagem registrada no último ano garantiu uvas de grande qualidade.

O setor turístico, dos Vinhos da Campanha Gaúcha, teve seu roteiro formalizado em 2022. Os 14 municípios estão organizados em dois trechos. O primeiro reúne cinco empreendimentos entre Candiota, Bagé e Dom Pedrito, enquanto o outro passa por outras vinícolas entre Santana do Livramento e Itaqui. “É questão de tempo para que a safra 2023 seja premiada”, diz o avaliador.

A Campanha Gaúcha terá na safra 2023 produtos memoráveis, conforme a avaliação geral feita pelos enólogos participantes da 10ª edição da análise sensorial da Identificação de Procedência (IP) Campanha Gaúcha, que ocoeeeu no campus Dom Pedrito da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).


Nesta rodada realizada no final de junho, 50 amostras (que correspondem a mais de um milhão de litros de vinho) passaram pelo teste cego. A etapa é decisiva para que os produtos recebam o selo de Identificação de Procedência (IP Campanha Gaúcha) e atestou a produção em alto nível dos vinhos 2023.

O professor de enologia da Unipampa Marcos Gabbardo, que participou do grupo de sete degustadores, não tem dúvidas sobre o potencial para que muitos vinhos da Campanha Gaúcha sejam novamente premiados. Para ele, é só questão de tempo. “Desde 2020, o clima tem sido generoso com as uvas da Campanha. Esta será, sem dúvida, mais uma grande safra com vinhos muito concentrados, frutados e de qualidade”, diz. As variedades tannat e cabernet, assim como alguns assamblage (que combinam duas ou mais uvas) começam a se destacar, ressalta. “No pinot-noir percebemos níveis muito altos, difíceis de serem alcançados”, observa.

Os vinhos brancos devem ser os primeiros a chegar ao mercado. Já os vinhos tintos e espumantes, que passam pelo processo de envelhecimento, voltarão a ser avaliados antes de serem engarrafados e receberem o selo IP Campanha Gaúcha de forma definitiva.

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