O escritor, jornalista e professor Aldyr Garcia Schlee é homenageado nesta terça-feira (21) em um sarau que relembra a sua obra e trajetória no Instituto João Simões Lopes Neto, a partir das 19h. Se estivesse vivo, o autor, natural de Jaguarão, completaria 89 anos na quarta-feira (22), relembra o idealizador do evento, o artista plástico, escritor e editor de Edições Ardotempo Alfredo Aquino. "É uma forma da gente lembrar e trabalhar em cima dos livros dele e do conceito de linguagem de fronteira", diz Aquino.

Na programação do evento estão previstos lançamentos de livros, debates, leituras, lançamentos de livros e show com uma releitura de seus contos em forma de canções (tangos, boleros e milongas). Participam da mesa de conversa na abertura, a prefeita Paula Mascarenhas, o diretor do Theatro São Pedro, Antonio Hohlfeldt, a professora da Furg - Especialista e Tradutora em Linguagem de Fronteira Cátia Goulart, pesquisadora da obra do Schlee, o jornalista e escritor Luiz Carlos Vaz, o cronista Paulo Rosa e o compositor e poeta Martim César.

Martim César, que é conterrâneo do homenageado, lança Schlee e Cervantes - Duas Fronteiras do Mundo (Edições Ardotempo, 128 páginas, R$60,00). Livro com textos e poemas relacionando os dois autores traz ainda CD encartado com contos-canções. Esta obra musical, em parceria com Maurício Barcellos, será interpretada pela dupla de autores, juntamente com o músico Paulo Timm.

Durante o evento o jornalista Luiz Carlos Vaz fará também o lançamento das obras Memórias de um mau tempo (Edições Ardotempo, crônicas, 144 páginas, R$45,00), livro de crônicas realizadas no período de isolamento, nas quais o autor reflete sobre as alterações do cotidiano, de forma irônica, ocasionadas pela emergência de saúde mundial durante a pandemia.

O autor também apresenta Notícias de Schlee (Edições Ardotempo, crônicas, fotos e lembranças,128 páginas, R$55,00), a publicação traz textos do próprio Vaz relembrando passagens curiosas e/ou divertidas da vida do escritor jaguarense, especialmente quando ele atuou como jornalista, inclusive reproduzindo textos do homenageado.

Aquino explica a importância de celebrar a obra do escritor fronteiriço: "Aldyr Garcia Schlee faleceu há cinco anos (em 15 de novembro de 2018) e nos faz muita falta. Existe a sua ausência e a carência de sua força criativa, com os seus romances e contos em Linguagem de Fronteira. Ele sempre foi um dos grandes nomes nessa literatura de duas línguas, talvez a da terceira língua literária, mesclada de comportamentos peculiares dessa gente solidária e afetuosa, de uma terra só, em que há mais proximidade e identidade do que separação e estranhamento. Autor de vários livros e textos (inclusive um espantoso e extenso Dicionário de Linguagem Pampeana), Aldyr afirmava que seu universo literário era geograficamente limitado, estendendo-se da região de Pelotas, talvez entre Piratini e São Lourenço do Sul até, no máximo, Trinta y Tres, Melo e Tacuarembó, tendo como palco central das ações humanas, a luminosa Capital Literária constituída pelas cidades irmãs de Jaguarão / Río Branco, umbilicalmente ligadas pela majestosa Ponte Mauá, sobre o rio da fronteira, o Jaguarão."

Sobre o homenageado

Aldyr Garcia Schlee (1934-2018 nasceu em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, a 22 de novembro, sobre a fronteira com o Uruguai. Foi escritor fronteiriço e tradutor bilíngue, que escreveu e publicou sua obra tanto em português como em espanhol. Com larga carreira no jornalismo, nas artes gráficas e no magistério superior do Brasil, foi desenhista profissional (vencedor, em 1953, de concurso nacional para a escolha do uniforme da Seleção Brasileira de Futebol), jornalista (ganhador do Prêmio Esso de Reportagem, em 1962) e Doutor em Ciências Humanas, que atuou por mais de 30 anos em várias áreas de seu conhecimento na Universidade Federal de Pelotas (onde chegou a Pró-Reitor de Extensão e Cultura) e na Universidade Católica de Pelotas (onde fundou o Curso de Jornalismo), concluindo sua carreira universitária como professor-visitante do Programa de Pós-graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre.

Serviço

O quê: sarau dedicado ao escritor de linguagem de fronteira Aldyr Garcia Schlee
Quando: Terça-feira (21), das 19h às 22h
Onde: no Instituto João Simões Lopes Neto, rua Dom Pedro II, 810
Entrada franca