História

Arquivo Público é referência na preservação da memória do Rio Grande do Sul

Com cerca de 21 milhões de documentos, o Apers abriu suas portas ao público de maneira especial nesta semana

Foto: Gustavo Mansur/Secom - Um dos três prédios que compõem o conjunto arquitetônico do Arquivo Público

Com 117 anos de história e reunindo cerca de 21 milhões de documentos, o Arquivo Público do Rio Grande do Sul (Apers) abriu suas portas ao público de maneira especial nesta semana. Em comemoração ao Dia Internacional dos Arquivos, celebrado nesta sexta-feira (9), instituições arquivísticas de todo o país participaram da 7ª Semana Nacional de Arquivos. No Apers, as ações ocorreram entre 5 e 7 de junho.

A iniciativa é promovida desde 2017 em todo o país. No Arquivo Público gaúcho, a programação incluiu exposição virtual, lançamento de anais de pesquisa, palestra, exibição cinematográfica e visitas guiadas. Gratuitos e abertos ao público, esses eventos são um convite para que a comunidade conheça a estrutura do arquivo e compreenda a dimensão de sua importância e trajetória.

Foi o que aconteceu na tarde de quarta-feira (7), quando a historiadora Caroline Baseggio guiou a última visita da semana. Conduzindo um grupo de oito pessoas, ela caminhou pelos diversos espaços da instituição, explicando características de sua arquitetura e história. “As paredes são espessas, chegando a medir 1,5 metro. Isso é para manutenção da temperatura, já que não há climatização artificial. Os pisos são vazados, também para facilitar a circulação do ar, e as estantes, de concreto armado, para ajudar na sustentação”, detalhou.

Dividido em três prédios, o Apers revela, a cada passo, por que é uma referência na preservação da memória do Estado e no acesso à informação. De uma sala a outra, a atmosfera do lugar desperta a atenção dos visitantes. Nos corredores, estantes cheias de livros permitem revisitar o passado e entender o futuro.

O órgão guarda documentos que dão vida a muitas histórias, tanto de instâncias de poder como de famílias do Rio Grande do Sul. Seus escritos antigos contêm dados e elementos que podem ajudar a construir narrativas. São fragmentos de diferentes épocas, gerações e governos. Recortes que remontam a contextos diversos, como a ditadura militar e os tempos de escravidão.

Outros materiais nem são tão antigos assim. O Arquivo Público recolhe, periodicamente, todos os documentos de valor histórico produzidos nas secretarias, autarquias e fundações do Estado. E toda a documentação está disponível para consulta. A diretora do Apers, Aerta Grazzioli, destacou as graduais iniciativas de digitalização do acervo e outros projetos importantes desenvolvidos. “Temos um trabalho muito interessante feito há alguns anos. Nós mapeamos, nos livros de tabelionato, em média 30 mil cartas de liberdade de escravos, facilitando a pesquisa sobre a escravidão no Estado. Nós realizamos uma catalogação e agora todos esses documentos estão digitalizados e disponibilizados para a comunidade. Temos pesquisadores internacionais que hoje não necessitam estar no arquivo para acessar esses documentos”, relatou.

Para a chefe da Divisão de Preservação, Acesso e Difusão, Carla Segatto, é fundamental aproximar o Arquivo Público da sociedade. “É muito importante oferecer ações para que os cidadãos possam usufruir e transformar tudo isso em conhecimento. Cada vez mais, queremos que as pessoas conheçam o arquivo, aproveitem, divulguem e acessem”, afirmou.

Serviço

O Apers é um órgão vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Está localizado na Rua Riachuelo, 1.031, no Centro Histórico, em Porto Alegre.




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