Festa

Entidades pedem adiamento do Carnaval de Pelotas

Incertezas sobre a organização da folia de Momo levaram as agremiações a pedir uma nova data em março

Foto: Jô Folha - DP - Uma das preocupações é a falta de tempo hábil para confeccionar fantasias

Por Cíntia Piegas
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Depois de anunciado para fevereiro de 2023, o Carnaval de Pelotas pode ser adiado. Pelo menos este é o pedido de cinco entidades que argumentam a falta de informações sobre a organização do evento, de responsabilidade da Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap), e o não recebimento da primeira parcela da subvenção. Nesse descompasso, as agremiações dizem não haver tempo hábil para preparar fantasias e carros alegóricos, elementos que tanto encantam os foliões na avenida. Uma reunião com a Secretaria de Cultura deve ocorrer nos primeiros dias de janeiro.

O impasse surgiu após uma nota de esclarecimento assinada pelas Escolas de Samba General Telles, Unidos do Fragata, Academia do Samba, Escola de Samba Mirim Ramirinho e Mocidade do Simões. No documento, as agremiações dizem que nos últimos meses têm buscado esclarecimentos com a Assecap, mas estão sem respostas definitivas sobre uma série de questões que envolvem a captação de recursos, quem irá executar o evento e o repasse de verbas. Neste último, mesmo com a afirmação da Prefeitura sobre o depósito dia 21 deste mês, referente à primeira parcela dos R$ 350 mil acertados em setembro, nenhum contrato foi assinado e as escolas nem mesmo viram a cor do dinheiro. “Com isso, não teremos tempo para colocar a escola na rua. Precisamos ter certezas. Como vou alugar um barracão, sem saber quanto e quando vou ter de apoio financeiro”, disse o presidente da General Telles, Marcos Moraes, o Marcão.

Ainda conforme a nota, foram vários encontros sem definições. Em outubro foi apresentado o nome da produtora que faria a festa, sendo que a assinatura do contrato ficaria entre 30 de outubro e 15 novembro. Fato que não se concretizou. No dia 8 de dezembro seria o lançamento oficial do Carnaval na Bibliotheca Pública de Pelotas, mas no lugar do cerimonial, que não teve, ocorreu a apresentação ao Executivo de uma nova empresa do setor de eventos, sem as entidades terem conhecimento. “Depois de muita cobrança, a Assecap marcou uma reunião na sede do Cerest, na Viação Férrea, quando foi apresentada a proposta da executora, que tem um projeto aprovado desde 2020 pela lei Rouanet, contemplando a estrutura de passarela, em um valor de R$ 400 mil. Porém não há captação de recursos até a presente data, e a validade do mesmo se encerra em 31 de dezembro”, observou o presidente da Escola Unidos do Fragata, Edson Planella.

No documento, que também leva a assinatura da presidente da Academia do Samba, Rosane Pradie, as entidades, sem saber se há patrocinadores que possam garantir a passarela do samba, pedem o adiamento do Carnaval para os dias 18 e 19 de março de 2023. “O tempo é curto para a execução das fantasias, carros e ensaios preparatórios”, admite a presidente. Com um tempo mínimo de 40 dias para os preparativos, as agremiações não querem se ausentar da Folia de Momo, e sim garantir um evento de qualidade à população que gosta de Carnaval e paga para assistir aos desfiles. As cinco escolas aguardam a manifestação da Assecap, caso contrário, irão se reunir com a Secult e pedir apoio à Câmara de Vereadores.

Silêncio
A reportagem do Diário Popular entrou em contato com o presidente da Assecap, Erildo Corrêa, o Dídio, na manhã desta quarta (29), mas no momento ele não podia falar. Depois não atendeu mais as ligações e nem retornou as chamadas do WhatsApp. Uma nova tentativa foi feita com o vice-presidente da entidade, Francisco Rangel, que informou que está na praia e que o presidente está em viagem a trabalho, sem indicar alguém para responder as questões. Já a Secult disse que não foi comunicada oficialmente sobre o pedido de adiamento do Carnaval.

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