Evento

Grupo Tholl participa e é homenageado em espetáculo da Ospa

Trupe pelotense vai integrar ópera I pagliacci, com nova montagem em parceria com a Cors, nos dias 17, 18 e 20 deste mês em Porto Alegre

Foto: Juliano Kirinus - DP - Nesta adaptação, a trupe circense entra em cena no primeiro ato

Uma verdadeira joia do repertório operístico ganha nova versão neste mês: I pagliacci, de Ruggero Leoncavallo. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), realiza o espetáculo com um grande elenco de solistas da Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors) – marcando a primeira parceria entre as duas instituições. O Grupo Tholl ao mesmo tempo inspira e é homenageado pela montagem, que também dá destaque ao Coro Sinfônico da Ospa. As três récitas ocorrem nos dias 17, 18 e 20, no Theatro São Pedro. A venda de ingressos inicia às 12h do dia 13, por valores entre R$ 50 e R$ 120.

O maestro Evandro Matté sublinha as vantagens da parceria da Ospa com a Cors: “Desde 2015, a Fundação Ospa passou a realizar uma ópera por ano, com o objetivo de resgatar o gênero, que foi muito tradicional no passado do nosso estado. Esta parceria da Ospa com a Cors pode ampliar as possibilidades de realizações e inserir a ópera com mais constância no calendário cultural gaúcho”, afirma, ressaltando também a aliança com o Tholl: “A ópera nos oportuniza abraçar diferentes formas de arte em um só espetáculo. Em I pagliacci, estamos muito felizes em poder contar com a magia do Grupo Tholl”.

Dividida em dois atos, I pagliacci (Os palhaços, em português) é a trágica obra-prima do compositor italiano Ruggero Leoncavallo, e também seu maior sucesso. Para compor tanto a música quanto o libreto, ele se inspirou em uma história real ocorrida no sul da Itália. A estreia da montagem ocorreu em Milão, em 21 de maio de 1892. A versão inédita que será montada em Porto Alegre pela Ospa atualiza a história, transportando-a para uma cidade fictícia no interior gaúcho, em pleno 2023.

No primeiro ato, uma trupe circense representada pelo Grupo Tholl desembarca no local para apresentar um espetáculo. Enquanto o evento é preparado, os integrantes da companhia se enredam em uma série de relações abusivas.
O líder da trupe, Canio, descobre a infidelidade da esposa, Nedda, e interpreta a famosa ária Vesti la giubba enquanto coloca a sua fantasia para o espetáculo.

No segundo ato, ficção e realidade se misturam no palco enquanto o Grupo Tholl se apresenta ao público. Tomado pela fúria, Canio assassina a mulher e o seu amante diante de toda a plateia.

Questões contemporâneas
Questões como feminicídio e discriminação – intrínsecas à história original – vêm à tona nesta releitura contemporânea da ópera, que tem regência e direção musical de Evandro Matté e direção cênica e concepção de Flávio Leite. “O Brasil é um País que mata uma mulher por feminicídio a cada seis horas, e esta ópera traz um caso clássico de maus tratos, cárcere privado e abuso contra a mulher. Não alteramos nada da ópera original, apenas questionamos se esses crimes podem continuar impunes em 2023 através da encenação”, pontua Flávio Leite.

A montagem do elenco foi realizada pela Cors, que fez audições públicas para encontrar as vozes de I pagliacci. Para cada papel, foram selecionados dois cantores que vão se revezar nas datas das apresentações. Nedda é interpretada por Eiko Senda, soprano japonesa de expressiva carreira internacional, e Débora Faustino, que recentemente protagonizou a badalada versão de O Guarani no Theatro Municipal de São Paulo. Canio é vivido por Lazlo Bonilla e por uma revelação, Giovanni Marquezelli. O elenco, formado inteiramente por integrantes da CORS, inclui ainda Daniel Germano, Roger Scarton, Carlos Rodriguez, Roger Nunes, Alex Barbosa e também ex-alunos do projeto Ópera Estúdio, como Oséas Duarte e o próprio Lazlo.

Referência nacional
A companhia de circo que está no centro da trama é vivida pelo Grupo Tholl, trupe circense sediada em Pelotas que é referência nacional e recentemente completou duas décadas de história. A estética do grupo, marcada por lirismo e cor, inspira toda a ópera, desde os cenários, alusivos ao espetáculo Cirquin, até os figurinos, garimpados do acervo da trupe. A participação será especialmente destacada no segundo ato de I pagliacci, quando o público terá a oportunidade de assistir a uma amostra de um espetáculo do Tholl.

Outra participação especial fundamental é a do Coro Sinfônico da Ospa, que estará representado por 25 cantores. Além de atuar como os habitantes da cidade que recebe o circo, os cantores terão a missão de cantar peças desafiadoras, com destaque para o Coro dos Sinos, um dos trechos mais famosos da ópera.

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