A música de concerto é o destaque na noite de quarta-feira (18), às 20h30min, no Theatro Guarany, onde se apresenta a Sphaera Mundi Orquestra, dentro do programa do Festival Internacional Sesc de Música. A entrada é gratuita, mas para os espetáculos nesta casa é necessário ingresso, previamente distribuído. Entradas restantes estarão disponíveis na bilheteria do teatro uma hora antes do evento. Sugere-se a doação de um quilo de alimento não perecível por pessoa para o programa Mesa Brasil Sesc.

Sphaere Mundi surgiu em 2018, em Porto Alegre, com a proposta de resgatar o sentimento universal de harmonia. A orquestra é formada por um grupo de 12 músicos profissionais, unidos com a ideia de montar programas de altíssima qualidade, a partir de algumas ideias diferenciadas. "Nós fazemos bastante diálogo entre as artes. Diálogo entre música e pintura, música e poesia, música e dança. A nossa ideia é ser uma orquestra bastante versátil e que possa oferecer uma programação muito rica do ponto de vista artístico", explica o diretor artístico do grupo, o maestro italiano Emmanuele Baldini.

Essa não é a primeira vez que a Sphaera Mundi se apresenta no Festival do Sesc. Em 2019 a orquestra foi convidada para executar o concerto de abertura da 9 edição. Neste mesmo ano o grande violinista italiano Emmanuele Baldini, radicado no Brasil, assumiu a direção musical, colocando a orquestra no cenário internacional das orquestras de câmara. Baldini inclusive é professor do Festival desde a primeira edição.

Baldini diz que o propósito do grupo é levar os instrumentistas a um trabalho constante de aprimoramento por meio de um repertório muito desafiador. Spheare Mundi tem todo um tratado filósico com esse nome. A ideia do grupo é difundir a música como um todo."

Programa

O concerto é composto por um programa com quatro obras de autores diferentes, preparadas especialmente para o Festival. "Geralmente a nossa programação tem sempre um fio que liga todas as obras do programa. Tocando no Festival, achamos interessante propor coisas diferentes para mostrar todas as faces do nosso grupo, que pode enfrentar desde uma obra de Beethoven até obras mais influenciadas pelo popular", fala Baldini.

Na abertura a orquestra apresentará uma peça contemporânea para cordas, do compositor estoniano Arvo Pärt. "Uma peça muito atmosférica. A intenção é criar o clima ideal no Theatro. É uma música espiritual, diria."

Em seguida a orquestra estreia Balo, do compositor brasileiro André Mehmari, em seu repertório. Esta é uma outra obra contemporânea que demonstra um pouco a vocação do Sphaera Mundi. Mehmari, que ministrou o curso de composição do Festival em 2020, inspira-se em uma obra de Claudio Monteverde, italiano do século 17, criando uma obra nova, que tem influências jazz, do barroco ou do romântico em alguns momentos. "É uma peça extremamente completa e difícil para o grupo, tenho certeza que será uma surpresa para o público, porque é uma peça que todo mundo adorou estudar. É um desafio, mas estamos muito felizes", comenta o maestro.

Na sequência os músicos executam uma peça curta do espanhol Pablo de Salazar, do século 19, chamada Navarra. É uma composição para dois violinos, Emmanuelle Baldini será um dos dois solistas, e grupo de cordas. "É uma obra virtuosística, cheia de brilho e muito influenciada pelos ritmos populares espanhóis."

A peça que conclui o programa é uma das mais importantes do compositor Ludwig van Beethoven para quarteto num arranjo para cordas, intitulada Serioso. "Beethoven escreveu para quatro músicos, mas se toca frequentemente com um grupo maior, como será o caso de amanhã e é uma das grandes composições do Beethoven", diz.