Manifestação

Após queda na Série A-2, presidente diz que o Pelotas não pode recomeçar do zero

Rodrigo Brito fala em continuidade para 2024 e garante permanência do técnico Wiliam Campos; Marcelo Chamega deixou o cargo de diretor de futebol

Foto: Heitor Araujo - ECP - Marcelo Chamega (E) confirmou saída do cargo de diretor de futebol na coletiva ao lado do mandatário

A frustração segue na Boca do Lobo, e o presidente Rodrigo Brito não escondeu. Mas nesta terça (1º), em entrevista coletiva, o mandatário do Pelotas evitou discurso de terra arrasada após a queda na Divisão de Acesso. Ao lado do agora ex-diretor de futebol, Marcelo Chamega (leia mais ao fim da matéria), o ocupante do cargo máximo do clube garantiu a permanência do técnico Wiliam Campos e falou ser necessário usar a base construída neste ano como início do projeto para 2024.

"Já sentamos com o Wiliam pra ele saber que a gente apoia o trabalho dele. Ele vai nos conduzir ao acesso no ano que vem. A gente tem que remodelar a folha, baixar salários, dar um jeito de ter uma dívida que a gente consiga pagar. Administrativamente, o Pelotas tem arcado com seus compromissos. Tem feito, pra arcar com esses compromissos, das tripas o coração", sustentou o presidente.

Readequações financeiras acontecerão nas próximas semanas. Os contratos do atual elenco vencem no fim deste mês. Antes disso, conversas podem antecipar o encerramento de alguns vínculos. Além de confirmar a informação, Brito também lamentou o revés para o Monsoon pela forma como ocorreu, citando as chances de gol perdidas no jogo de ida. Ele agradeceu a torcida e disse que não faltou dedicação dos atletas.

Remobilização

O mandatário do Lobo chamou para si a responsabilidade do que tratou como "grande fracasso". Sob sua ótica, o desempenho do time era o melhor na competição quando a eliminação aconteceu em Bento Gonçalves. E agora, então, é hora de buscar uma remobilização, começando pela partida desta quarta, às 15h, diante do Real (leia na página 23), pelo Troféu Rei Pelé.

"É o momento da gente juntar os cacos. Foi assim que ficamos depois daquela tragédia que aconteceu. E tentar recomeçar, não dizer que tudo que a gente fez até agora foi errado, porque não foi, mas tentar mudar alguma coisa, tentar criar alguns fatos novos pra mexer com quem está aqui dentro", afirmou.

Segundo o dirigente, o técnico Wiliam Campos já falou sobre alguns jogadores com os quais gostaria de contar na sequência da atual temporada e até mesmo na próxima. Questionado especialmente a respeito da situação contratual de Walter, Rodrigo Brito deixou o tema em aberto ao dizer que isso "será conversado". O presidente ainda abordou os quatro erros seguidos nas penalidades, domingo.

"Quem bateu pênalti estava preparado pra bater. Tinha treinado. Coisas que o futebol não explica, mas vejo cada vez mais que o futebol é inexplicável, não tem merecimento. Não podemos recomeçar do zero. Se recomeçar do zero, a gente vai cair na mesmice, nas mesmas coisas que outros fizeram. Essa Divisão de Acesso vai ser o embrião do time pra Divisão de Acesso do ano que vem", disse.

Dificuldades financeiras

Conforme o presidente do Lobo, um dos principais problemas do clube é a dificuldade de encontrar empresas da região interessadas em investir no futebol. Sobre uma possibilidade de futuramente o Pelotas virar Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e deixar de operar no atual modelo político, Brito afirmou ser necessário "muito estudo", já que o assunto envolveria o patrimônio áureo-cerúleo - responsável, segundo ele, por sustentar o clube.

"Nós temos grandes macroatacados aqui em Pelotas que não me dão um quilo de arroz. Então o futebol se torna ainda mais difícil. Não é por incompetência, porque a gente bateu e bate diariamente em cada porta. Nem os daqui, da minha esquina, apoiam. A cultura futebolística, em Pelotas, é muito difícil pra conseguir apoio. E fazer futebol se torna cada vez mais oneroso", desabafou.

Brito ainda lamentou a derrota também por conta do trabalho dos funcionários do Pelotas. Lembrou que a verba para disputar a Série A-2 é muito maior do que a disponível para a Copinha da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). O mandatário pretende manter vários atletas para o ano que vem, mas sempre garantindo salários em dia, o que em sua visão é uma imagem construída pelo Lobo perante o mercado.

Saída de Chamega

Emocionado, Marcelo Chamega participou da entrevista coletiva. Ele confirmou que está deixando o cargo de diretor de futebol do Pelotas, entre outros motivos, por questões de saúde. Um substituto será definido ao longo dos próximos dias. 

Chamega agradeceu a Brito por ter sido o médico responsável pela sua recuperação quando sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC). Lembrou da amizade com o mandatário, agradeceu nominalmente a todos os funcionários do Lobo e citou, também, o entendimento de que é necessário um “fato novo” no futebol após o fim do sonho do acesso neste ano. 

“Algumas coisas têm que ser mudadas, mas acho que a minha saída pode ser um gás pros atletas, pra comissão técnica. […] Não me sinto culpado sozinho. Perdemos diretoria, atletas e comissão. A gente sai de cabeça erguida, o Pelotas é a minha segunda família”, disse. 

“O que fica pra mim é a experiência no vestiário. Deu tudo certo, não tivemos nenhum problema com atleta extracampo. Soubemos conduzir isso aí. Fica a dor só de não ter conseguido o acesso que a gente tanto queria. […] O Pelotas não vai sair de mim, vou continuar vindo nos jogos. Mas tem que ter uma mudança, e a mudança parte na gestão do futebol”, complementou Chamega.

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