Em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo (CD) do Pelotas, na segunda-feira, foi aprovada de forma unânime uma parceria com uma empresa de auditoria chamada Russel Bedford e Mirar Gestão Empresarial. O objetivo é promover amplo diagnóstico da situação do Áureo-Cerúleo e a simulação dos melhores cenários para o clube, incluindo a possibilidade de transformar o Lobo em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). 

O ex-presidente Luiz Antônio Aleixo foi nomeado para formar um grupo de trabalho, que irá fazer a interface entre o clube e a empresa de auditoria. O conselheiro Ricardo Gehling conversou com o Diário Popular sobre a novidade. Ele explica que a empresa contratada tem reconhecimento internacional, com sede na Inglaterra e representação em mais de cem países. No Brasil, o escritório fica localizado em Porto Alegre. 

A questão da SAF é a que mais interessa ao torcedor. Cada vez mais comum no Brasil, a SAF consiste em uma empresa voltada à administração de um clube. A Lei 14.193, de 2021, regulamenta a condição. Virando SAF, a instituição passa a poder ser comprada por investidores. 

Gehling afirma que no momento a possibilidade de criação de uma SAF é apenas uma alternativa que pode aparecer nos cenários levantados no trabalho de diagnóstico da auditoria. “Se este for o caminho escolhido, o formato sugerido será objeto de amplo estudo, devendo ser submetido a oportuno exame e aprovação do Conselho do clube”, afirma o conselheiro. 

Tópicos estudados 

Para o clube virar SAF, é preciso um profundo estudo em várias áreas. Gehling destaca que o diagnóstico passa pelo exame de toda a situação contábil, administrativa e patrimonial do clube, possibilitando a tomada de decisões de acordo com os cenários que forem estabelecidos. 

Riscos da SAF 

Questionado sobre quais os riscos da transformação do Pelotas, por exemplo, em SAF, o conselheiro, que é advogado e desembargador aposentado, ressalta que a SAF traz benefícios de ordem tributária e de composição dos endividamentos dos clubes e possibilita a efetiva profissionalização da gestão dos clubes de futebol. 

“Ao adotar esse modelo, os clubes se tornam empresas com estrutura organizacional bem definida. A SAF promove transparência e governança corporativa, devendo seguir normas contábeis, divulgar suas demonstrações financeiras de forma regular e transparente, além de estabelecer mecanismos de controle interno”, completa Gehling. Ele também cita a questão da maior confiabilidade e segurança jurídica para investidores, torcedores, patrocinadores e instituições financeiras, fortalecendo a reputação do clube e atraindo novas parcerias.