Experiência

Da casamata às quatro linhas: Ilson Galo projeta Terceirona para o Farroupilha

Treinador do Bagé no início da Série A-2 voltou a jogar na própria competição pelo Jalde-Negro e defenderá o Tricolor na terceira divisão gaúcha

Foto: Carlos Queiroz - DP - Aos 35 anos, Galo se apresentou junto ao resto do elenco do Fantasma durante a semana passada

A trajetória de Ilson Galo no futebol gaúcho passou por reviravoltas em 2023. Integrante do elenco do Bagé na campanha do acesso à Série A-2 durante a última temporada, o zagueiro aceitou a proposta para ser treinador do Jalde-Negro na segunda divisão deste ano. Comandou a equipe por duas partidas e voltou às quatro linhas em seguida. Agora, ele é reforço do Farroupilha para tentar um novo sucesso estadual. 

Aos 35 anos, Galo vestiu a camisa de vários clubes do Rio Grande do Sul, mas o time da Pedra Moura foi onde mais fincou raízes. Por enquanto, ele é uma das poucas figuras experientes do elenco tricolor, ainda sendo montado para a Terceirona. Ao DP, o defensor conta que o projeto ambicioso do Fantasma do Fragata o fez aceitar a proposta, depois de ser observado por representantes do Farrapo na vitória por 1 a 0 do Bagé sobre o Pelotas, no início de julho. 

“O presidente passou uma situação bem boa de que a intenção é subir. Me fez acreditar no projeto, que realmente é muito bom. A estrutura que o Farroupilha está montando pra conseguir sair dessa terceira divisão foi o que me levou a acertar aqui. Se fosse alguma coisa diferente, com certeza não teria sucesso nessa negociação. Ainda tenho objetivos a serem conquistados. Conquistar essa Terceirinha de novo, como foi ano passado com o Bagé”, afirma.

Um grupo de novatos

Dos 23 jogadores anunciados na apresentação oficial do plantel, na segunda-feira da última semana, apenas Ilson e o atacante Matheus Guerreiro já passaram dos 30 anos. A direção do Farrapo promete a chegada do volante Leandro Leite, ex-Brasil, que tem 40. Novos reforços ainda desembarcarão, e o zagueiro acredita ser fundamental aumentar a média de idade. 

“O elenco até o momento é bem jovem. Começou antes a pré-temporada. Ainda, claro, tem que contratar peças. Isso aí o presidente e a direção estão se movimentando pra contratar. Tem que contratar pra adquirir experiência o mais rápido possível com os jogadores que vão chegar. Só gurizada é bem complicado, porque vamos pegar jogos difíceis, principalmente na nossa chave”, avalia Galo.

Chave disputada

O defensor, que também conseguiu um acesso da segunda divisão para a elite em 2014, pelo União Frederiquense, espera partidas parelhas na Terceirona da atual temporada, marcada para iniciar em setembro. O Fantasma estará ao lado do trio da cidade vizinha na primeira fase, no grupo D: Rio Grande, Riograndense e São Paulo. 

“É um campeonato muito complicado, bem difícil, principalmente nossa chave. Vai ser complicadíssimo. Procuro frisar todos os dias pra essa gurizada. Vão ser guerras, os caras vendem muito caro um ponto, imagina três. Já tive oportunidade de jogar contra essas equipes, então sei do quão aguerridos eles são, da vontade que eles têm de vencer”, diz Ilson Galo. 

“Vai ter jogos que vamos ter que guerrear do início ao fim. Vai ter jogos que vamos conseguir ganhar de 1 a 0, em outros o empate vai ser uma vitória pra gente. Mas acho que estamos no caminho certo. Ter começado antes já é um grande adianto”, complementa. 

De novo em campo

A curiosa passagem pela casamata do Jalde-Negro se deu em função da boa relação do agora novamente zagueiro com o presidente do Bagé, Pedro Sabella. “Acredito que na vida a gente tem que passar por certas situações pra adquirir experiência. Não me arrependo de nada, pelo contrário. Sempre agradeci ele pela confiança que teve. Acredito que o trabalho foi bom, mas os resultados não vieram. Faz parte do processo às vezes não conseguir acertar nas nossas escolhas”, resume Ilson. 

Após as derrotas para Lajeadense e Santa Cruz nas duas primeiras rodadas da Série A-2, Galo deixou o cargo e voltou a ser jogador. Ele analisa positivamente o período como técnico. “Consegui voltar [a jogar], ficar bem fisicamente. Tiro isso como uma lição, uma experiência pra vida, ter uma nova situação dentro do futebol, não só nas quatro linhas, mas fora dela. Tentando passar um pouco de experiência pros atletas. Não deu certo, paciência, mas não tenho arrependimento nenhum. Foi muita aprendizagem pra gente poder ver também o outro lado”, diz. 

Agora no Tricolor do Fragata, o zagueiro tenta transmitir aos garotos parte do que assimilou na carreira. “O que aprendi e posso passar pra essa gurizada é que, principalmente, sem trabalho não vai existir vitória. […] Quero subir mais uma vez, ter mais um acesso na minha carreira e no futuro contar pros meus filhos, meus netos”, projeta.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Com elenco reduzido, Pelotas busca reforços para sequência da Copinha Anterior

Com elenco reduzido, Pelotas busca reforços para sequência da Copinha

Lideranças do Brasil, Rafael Dumas e Amaral não descartam retornar em 2024 Próximo

Lideranças do Brasil, Rafael Dumas e Amaral não descartam retornar em 2024

Deixe seu comentário