Com um pouco de mais um mês desde a posse da nova gestão, a diretoria executiva do Grêmio Esportivo Brasil concedeu na sexta-feira uma entrevista coletiva, no Salão de Honras do Bento Freitas, para fazer um balanço sobre o que foi feito até o momento e projetar a sequência do trabalho. Além do presidente Gonzalo Russomano, participaram o vice de futebol Emerson Novelini, o vice financeiro Vilmar Xavier, a vice administrativo Chavélli Cardozo Curi Hallal, o vice de patrimônio Régis Andrades e o gerente de futebol Luis Fernando Hannecker.

Segundo Gonzalo, a cada dia estão conhecendo melhor a parte esportiva e de finanças do clube e agora estão começando a procurar mais patrocínios e investimentos. O presidente também comentou sobre a saída dos três diretores no dia seguinte à apresentação do elenco xavante.

“A gente teve um episódio que aconteceu, infelizmente, um desencontro de informações naquele momento. Acarretaram nessa saída dos diretores. Quero deixar claro que trabalharam bastante pelo Brasil e ainda hoje estava conversando com eles com coisas relacionadas ao Brasil. Eles continuam nos ajudando de certas formas relacionadas a apartamento, alimentação, coisas que a gente continua fazendo”, explicou Russomano.

Novos diretores não devem assumir os cargos vagos e sim uma empresa especializada na área comercial, foi o que afirmou a vice administrativa do Brasil. “Essa tem que ser uma área remunerada. Temos que ter uma empresa contratada pra lidar com as questões comerciais”, disse Chavélli.

Nova fornecedora de materiais esportivos

A dirigente também abordou sobre a Weefe, provável nova fornecedora de materiais esportivos do Xavante na próxima temporada. “Estamos em negociação com a Weefe, mas a gente ainda não consegue dar muitos detalhes. Assim que a gente formalizar o contrato, a gente passa sim. Não posso afirmar, mas provavelmente será a Weefe a nossa marca em 2024”, completou.

Montagem do elenco

Na parte do futebol, Novelini relembrou de como foi feita a montagem do elenco, que hoje conta com 22 jogadores. O vice de futebol destacou que todo o departamento participou dos processos e reafirmou a confiança no trabalho do técnico Fabiano Daitx.

“A montagem do elenco vem há quase 30 dias. Foi um elenco montado por todos. O treinador, claro que tem um peso maior na decisão, porque é ele que vai comandar o processo. Ele tem suas características, sua filosofia de trabalho. O departamento de futebol participou da montagem, não vou separar por nomes. Da minha parte só tenho a agradecer por todos aqueles que trabalharam pelo Brasil”, disse.

Com um grupo formado por jovens e de pouca experiência, parte da torcida demonstrou preocupação com o possível desempenho da equipe no Campeonato Gaúcho. Novelini diz entender as dúvidas da torcida e da imprensa, mas reforça que foram contratações com a característica que o treinador gosta de trabalhar.

“A gente tem aqui um elenco jovem e comprometido. Todos os jogadores têm boa rodagem, e o treinador gosta de trabalhar com essa característica. É um pouco diferente para o torcedor e pros analistas. Temos plena confiança no trabalho”.

O vice de futebol garantiu que mais jogadores ainda devem ser contratados e que os jogos amistosos servirão para analisar as carências do elenco para possíveis novas contratações, principalmente de nomes mais experientes.

Hannecker se manifesta

Sem conceder entrevistas desde que definiu sua permanência, o gerente de futebol Luis Fernando Hannecker foi o que mais falou na entrevista coletiva. Primeiro, agradeceu por tudo que passou no Bento Freitas neste pouco mais de um ano e se disse grato por poder participar no que ele chama de “desafio”.

“Agora é um novo processo, projetando um novo trabalho, e a gente espera ter resultado. É difícil comparar, tem que enfrentar o desafio do momento. Preciso agradecer a todos os atletas, comissão técnica e diretores, que possibilitaram que esses atletas estejam aqui agora. [...] Lá em agosto falei do que poderia acontecer. A gente vem tentando sanar todos os problemas, eu vejo o esforço de todos”, afirmou.

O dirigente desabafou ao falar dos problemas políticos que o Brasil vem passando nos últimos anos, principalmente desde a sua chegada. Neste um ano de clube passou por dois presidentes e um triunvirato, situações que causaram problemas sentidos até hoje.

“O Brasil vive uma transição política eterna. Eu estou aqui há um ano vivendo transição. Jogadores que poderiam estar aqui acabaram saindo por não ter uma segurança. Não adianta reclamar do que passou. A gente tem que fazer, e o primeiro passo é acreditar e trabalhar. [...] Tenho satisfação de estar no Brasil hoje. Não estou satisfeito, mas tenho satisfação de ajudar e colaborar. […] Todo dia que tu chega aqui tem problema pra resolver. Nosso maior desafio hoje é buscar solução. E quando acontece um problema, se criam várias narrativas”, comentou.

Sem citar nomes, Hannecker também falou sobre o seu dia a dia no clube. Ele fez parte da montagem do elenco, convivendo diretamente com a comissão técnica e com a ex-diretora de futebol, Gabriela David, que deixou o cargo na quarta-feira.

“Tenho as minhas convicções e vou defender, à frente do Brasil, na minha área. Todo mundo aqui faz a mais. […] Tudo muda na vida. Mas verdade é sempre verdade. Ela demora, mas vem. Em algum momento, tu tem que falar a verdade pra quem quer ouvir a verdade. Se tu não pode falar a verdade, fica quieto. Um tolo, calado, passa por sábio”, completou o dirigente xavante.