Conversa

Pelotense é a voz brasileira do WWE

Com 30 anos de carreira, Roberto Figueroa transmitiu grandes eventos de esportes nos Estados Unidos e, mesmo morando fora, faz questão de divulgar e falar de Pelotas

Foto: Arquivo pessoal - Narrador transmite o evento para o Brasil desde 2011, ao lado de Marco Alfaro

Os amantes dos esportes americanos na década de 90 e no começo dos anos 2000 certamente conhecem Roberto Figueroa. Por várias temporadas, o pelotense foi narrador e comentarista da ESPN para o Brasil, principalmente nos jogos da NBA, MLB, NFL e lutas de boxe. Depois atuou por seis anos na Fox com automobilismo no Canal Speed, que tinha como principal atração as corridas da Nascar para o País. 

Nos últimos 12 anos, Figueroa se notabilizou por ser a voz brasileira das transmissões do World Wrestling Entertainment (WWE). Os eventos do WWE não são competições legítimas de luta-livre, mas um teatro performático baseado em entretenimento, apresentando lutas parcialmente coreografadas, roteirizadas e baseadas em histórias. No Brasil, os eventos do WWE são transmitidos na ESPN com narração de Figueroa e comentários de Marco Alfaro. 

“Já são 12 anos, é muito gratificante as pessoas gostarem do esporte. A gente chama de esporte de entretenimento. Toda a luta, dois caras se enfrentam, tem uma novela por trás disso. Por três semanas a gente fica mostrando a novela. Um cara provoca o outro, vai crescendo a rivalidade até o dia que se enfrentam. Todo mundo que acompanha eu digo que é uma novela que termina no ringue”, afirma. 

A conta oficial do WWE no Instagram tem quase 30 milhões de seguidores, número superior que NFL, MLB e NHL. As gravações são feitas no estado de Connecticut, nos Estados Unidos. É lá que o pelotense mora desde antes de iniciar a carreira com transmissões esportivas. 

Roberto Figueroa é filho de Gonçalo Figueroa, arquiteto equatoriano radicado em Pelotas há muitos anos. 

O começo com Samarone no boxe 

Com 16 anos, morando em Las Acácias, na Praia do Laranjal, Figueroa descobriu que havia uma pessoa dando aula de boxe no Areal. O local era a casa de Edgar Campos, pai de Edson Campos, conhecido em Pelotas como Samarone. O narrador conta que treinou boxe por três anos e a prática do esporte mudou sua vida. Anos depois, ele entrou na ESPN graças ao seu conhecimento adquirido nas aulas da modalidade. “Hoje sou um jornalista esportivo, faço narração e comentários e tudo começou com o Samarone e a família dele”, relembra. 

Formação em biologia e “ajuda” de FHC 

Roberto Figueora se mudou para os Estados Unidos. Em 1993 se formou em biologia na Florida International University. Porém, nunca atuou na área. Logo começou a trabalhar vendendo anúncios para um jornal. Depois, com a indicação de um amigo, começou a trabalhar na CNN como assistente de produção. 

Até que um dia o presidente da época, Fernando Henrique Cardoso, estava em Nova York e Figueroa foi escalado para fazer a entrevista por ser brasileiro. O ex-presidente disse que seu filho costumava assistir aos esportes americanos pela ESPN Internacional, que tinha uma equipe brasileira. Ao saber da informação, o pelotense ligou no mesmo dia para a redação da ESPN, que na época ficava em Connecticut. O editor chefe da época, José Inácio Werneck, perguntou se Roberto tinha conhecimento em algum esporte e a resposta foi boxe, justamente por ter praticado por anos. Werneck precisava justamente de um narrador para as transmissões. 

Figueroa transmitiu lutas de grandes nomes como Evander Holyfiled e Mike Tyson. 

Transmissões de grandes eventos 

Com os anos de experiência, o narrador pelotense passou a cobrir outros esportes em grandes eventos. No total, Figueroa transmitiu seis World Series (final da MLB, de beisebol), quatro Super Bowls (final da NFL, de futebol americano), final da NBA (basquete), eventos de UFC, pelo menos 27 lutas de titulo mundial de boxe, sete temporadas de Nascar, Copa do Mundo de futebol em 2006 e agora 12 anos no WWE. 

Um dos Super Bowls foi o primeiro de Tom Brady, na época um jovem desconhecido. O New England Patriots chegou à decisão contra o St. Louis Rams como um azarão e mesmo assim venceu. Ali iniciava uma dinastia e uma das carreiras mais brilhantes do esporte, e Roberto Figueroa transmitiu para o Brasil. “Ninguém acreditava e o cara venceu o primeiro Super Bowl e virou talvez o maior de todos os tempos e eu fiz aquele jogo”, recorda. 

Paixão por Pelotas 

Quem acompanha as redes sociais de Roberto Figueroa observará que quase todas suas postagens são relacionadas a Pelotas. Seja contando alguma história da cidade, mostrando algum lugar marcante ou apenas passeando pela Praia do Laranjal, um dos lugares favoritos do pelotense.

Figueroa se tornou uma espécie de influencer sobre Pelotas. Ele conta que ficou dez anos sem visitar a cidade. Com a pandemia, seus pais não podiam mais viajar para os Estados Unidos, então ele veio e se apaixonou novamente. “Me maravilhei com a cidade. Não sei se tinha esquecido, não sei se a cidade mudou muito, mas eu amei essa cidade de novo”. 

Desde então, Figueroa tenta visitar a cidade quatro vezes por ano e levantou a bandeira do crescimento do turismo local. Para ele, Pelotas não perde em nada para Ouro Preto, ponto turístico de Minas Gerais. 

Desde março deste ano, começou a postar conteúdos de Pelotas e a repercussão está sendo positiva. “Primeiro é fazer que os pelotenses sintam o mesmo que eu sinto. Pelotas tem muita coisa. Pelotas tem na minha opinião uma das mais belas praias do mundo. Tem a zona rural que é muito legal. A gente tem cultura”, diz o narrador. 

Para acompanhar as postagens de Roberto Figueroa sobre Pelotas, o Instagram é @robertofigueroapelotas.

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