Na tarde desta sexta-feira (24), o presidente do Grêmio Esportivo Brasil, Gonzalo Russomano, concedeu entrevista coletiva ao lado do vice financeiro Vilmar Xavier e vice de futebol Emerson Novelini, do gerente de futebol Luis Fernando Hannecker e do técnico Alessandro Telles. 

O mandatário rubro-negro garantiu que o Xavante enfrentará o Hercílio Luz, fora de casa, no próximo sábado, dia 1º de junho, pela sexta rodada do grupo A8 da Série D. Já Vilmar Xavier atualizou o cenário dos problemas financeiros do Xavante, agravado com o mês de maio sem conseguir entrar em campo e sem acesso aos valores de patrocinadores. Enquanto Telles falou da situação do elenco, entre outros assuntos, confira o que foi dito: 

Problemas financeiros do Brasil

Gonzalo Russomano: “O nosso problema maior é quando virou o mês deu esse problema da enchente. O tribunal desligou o sistema e esse mês eles ainda não repassaram os valores. Ainda estamos esperando que venham os valores. Para nós todo patrocínio ele cai primeiro na Justiça do Trabalho e depois ele é repassado para nós. Estamos nesta expectativa de qualquer momento esse valor entrar nas nossas contas para gente fazer o pagamento dos atletas. Isso já foi conversado com eles, já foi dito que depende muito mais deles lá [Justiça] do que nós aqui, ficamos com as mãos amarradas”.

Vilmar Xavier: “Todos os clubes tiveram uma grande perda não só na parte no futebol como na financeira. O Brasil não é diferente. Estamos praticamente um mês sem atividade esportiva, sem jogar nenhum jogo oficial e isso impacta as finanças. Nós já deveríamos ter em maio dois jogos em casa. Esses dois jogos sempre entram alguma receita. Em função disso o associado para as vezes de pagar. O que mais estimula o associado pagar a mensalidade são os jogos. Então nós tivemos uma queda de receita nos eventos dos jogos, na arrecadação dos associados e principalmente nos repasses da CBF que é uma cota".

"A Justiça Trabalhista saiu do ar pelos alagamentos em Porto Alegre. O patrocinador quando vai repassar o valor do patrocínio entra no site da Justiça emite uma guia e recolhe. Os patrocinadores não conseguiram fazer. A partir da segunda-feira passada voltou o site para os patrocinadores fazerem o recolhimento da cota que corresponde ao clube, bem como a CBF. Corremos atrás dos patrocinadores, quase todos fizeram o repasse. Hoje dependemos da Justiça repassar para os clubes. Atrasamos alguns fornecedores, alguns serviços e principalmente a folha de pagamento tanto de funcionários, atletas e comissão técnica. Estamos atrasados, desde que assumimos nossa executiva é o mês que mais atrasamos e em função disso estamos correndo atrás, estamos vendo outras alternativas. Realmente estamos com problemas financeiros. Esperamos que na semana que vem que voltarão os jogos e a gente consiga agilizar mais, ter mais recursos para priorizar sempre a folha".

Situação do contrato com o Banrisul

Vilmar Xavier: "No contrato do Banrisul que foi feito na gestão anterior tem uma cláusula. O Banrisul só paga cota se tiver jogo naquele mês. Todos os meses no primeiro dia a gente faz uma prestação de contas de todos os jogos que ocorreram e eles no mês seguinte repassam. Com relação a esse mês de maio que não tivemos jogos oficiais, pelo contrato o Banrisul fica isento de pagar essa cota. Todos falaram em uma reunião com o presidente da FGF que falasse com o Banrisul para que pagasse a cota igual embora não tivesse tido jogo. O presidente foi muito sensível e prometeu que falaria com o pessoal do Banrisul para que essa cota fosse cumprida".    

Volta dos times gaúchos à Série D

Gonzalo Russomano: “A princípio se não ocorrer nenhum outro problema tem jogo dia 1º em Tubarão. Na outra quarta a gente está conversando com o Barra, que jogam contra o Avenida em Santa Cruz, já para fazer esse jogo dia 5”.

Contratações

Luis Fernando Hannecker: “Já foi relatado aqui o momento que o Brasil vive, então é difícil falar hoje em contratar. É importante que o torcedor saiba a dificuldade que o Brasil vem tendo hoje. É difícil argumentar com um atleta para ele vir para o Bento Freitas por tudo que influência. Já passei por outros momentos como esse aqui e infelizmente na chegada de uma nova comissão o Alessandro precisa de atletas. Além de não ter o número de atletas para completar os treinos a gente vem tendo dificuldade de locais de treinamento. Hoje falar em contratar é difícil. A gente vem tentando, buscando nomes, argumentando com alguns empresários que nos ajudam nesta busca de oportunizar aquilo que o Brasil sempre teve: a força do clube, que muito disso vem do torcedor. Essa mística que o torcedor do Brasil tem aqui de proporcionar a nós do futebol essa exposição”.  

Situação do elenco

Alessandro Telles: "Alguns atletas aqui com esposa, filhos pequenos, e a cabeça deles não estava legal. Por isso a gente optou por liberar esses atletas para que deixassem suas famílias em maior segurança. E depois retornaram. Temos aqui a situação do Thierry. Infelizmente o pai e a mãe dele perderam tudo, em São Leopoldo, mas foram bens materiais. Estão bem. Agora é reconstruir. A gente deseja isso a todos os gaúchos que perderam propriedades, bens. Que Deus possa confortar as famílias que perderam pessoas. O Estado vai tomar o seu rumo de novo. Esperamos que seja rápido. Psicologicamente, o Thierry já está bem. Assimilou bem".

"Perdemos o Tinga, perdemos o Zé Pedro. Aptos a jogar, temos 17 jogadores, 18 com o Agustin [filho do Millar], mas não pode ser inscrito porque não tem essa janela. Até para treinar é difícil. Hoje temos que colocar membros da comissão técnica para treinar em campo aberto".

"Os atletas estão evoluindo, mas infelizmente estamos esbarrando em campo de treinamento, em quantidade de atletas… Avenida e Novo Hamburgo já fizeram três jogos nessas intertemporadas. Mas nós não temos atletas para fazer isso. Vamos usar todo mundo nesse jogo-treino contra o Bagé e dar rodagem".

Logística das viagens 

“Enquanto a logística eles [CBF] deram a possibilidade de Canoas e Caxias do Sul. Eu questionei lá se não podiam sair de Pelotas e falaram que não tinha problema nenhum. A ideia é quando tiver que viajar por via aérea vamos sair daqui de Pelotas, não temos ideia de ir para Caxias para pegar um voo".