O modelo de jogo e a adaptação a cada rival são considerados pelo técnico do Monsoon, Márcio Ebert, como trunfos do adversário do Pelotas para o mata-mata das quartas de final da Divisão de Acesso. Em entrevista concedida nesta quinta-feira (20) ao Diário Popular, o profissional de 44 anos projetou as duas partidas diante do Áureo-Cerúleo e falou, também, do formato de administração do clube de Porto Alegre, que é gerenciado por um fundo de investimento sediado nos Emirados Árabes.

Antes de assumir o elenco profissional do "Trovão", o treinador dirigia a categoria sub-17. Perguntado sobre um possível acréscimo de responsabilidade da equipe por conta da campanha soberana dentro do grupo A na primeira fase, Ebert não considera como um diferencial os 32 pontos conquistados nas 14 rodadas.

"O que a gente leva da melhor campanha são os indicadores do processo. Desempenho, performance da equipe, os jogadores entenderem o modelo de jogo. Acaba sendo destaque, mas internamente a gente nunca trabalhou com o objetivo de ser a melhor campanha, ou projeção de pontos. É jogo a jogo, estratégia a estratégia, adversário a adversário", comenta, ao tratar os mata-matas como "outro campeonato".

Ao analisar os 18 gols marcados pelo Monsoon na Série A-2, percebe-se variedade nos lances. Há bolas na rede de pênalti, falta direta, jogadas trabalhadas por baixo, contra-ataques e em cruzamentos rasteiros e pelo alto. O técnico do time da Zona Sul da capital enxerga uma equipe equilibrada: "A gente acredita muito nos princípios do modelo de jogo e, dentro disso, analisamos os adversários e elencamos a estratégia de jogo treinada durante a semana", avalia.

Clube-empresa

Fundado em 2021, o Monsoon pertence a um fundo de investimentos sediado em Dubai, nos Emirados Árabes. O principal investidor é indiano e possui uma empresa de telecomunicações, na Ásia, chamada pelo mesmo nome da equipe porto-alegrense. Há o cargo de presidente, ocupado pelo gaúcho Lucas Pires, que reside em Miami. O dia a dia do clube-empresa tem nas figuras dos ex-jogadores Da Silva, vice-presidente, e Maicon Santana, gerente de futebol, os elos com a administração.

Márcio Ebert elogia o formato de operação do Monsoon e, também, a estrutura disponibilizada no bairro Lami, local muito afastado do centro de Porto Alegre. "Mesmo estando há muito tempo parada, depois que pegaram, conta com um estádio [Parque Lami] e cinco campos de treinamentos, mais academia. É uma estrutura adequada e boa pra gente desenvolver o trabalho do dia a dia", fala.

O trabalho de categorias inferiores está entre os focos da gestão do clube. Recentemente, o time sub-20 foi eliminado nas semifinais do Gauchão para o Juventude. Os objetivos são ambiciosos, segundo o treinador do elenco principal. "Crescer no cenário gaúcho e nacional, fortalecendo as categorias de base. A ideia é captar e lançar jogadores no mercado, gerando rentabilidade", explica.

Jogo de volta

A segunda partida das quartas de final entre Monsoon e Pelotas deve mesmo ser na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Segundo a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), a opção pelo estádio na Serra foi uma opção do clube da capital. Ainda conforme a entidade, a equipe foi liberada para atuar no Parque Lami durante a primeira fase, sem público, o que agora não se repetirá.

O gerente do Monsoon, Maicon Santana, disse que o estádio no Lami tem Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI), mas preferiu não externar a razão da impossibilidade de jogar diante do Lobo por lá.

Nova campanha

O Pelotas lançou nesta quinta a campanha "Ingresso para todos". O torcedor que comprar um bilhete (R$ 10) ou retirar o voucher para o jogo das 15h de domingo pode deixar contribuição extra ou adquirir uma nova entrada, que será revertida a torcedores de baixa renda.

A Central de Sócios da Boca do Lobo abre na sexta-feira das 8h30min às 12h e das 13h30min às 17h30min. 

Divisão de Acesso
Quartas de final
Jogos de ida

Domingo
15h | Pelotas x Monsoon
União-FW x Guarany de Bagé
Passo Fundo x Santa Cruz
Lajeadense x Brasil-FAR