O desempenho inicial do BR Futsal na Série B da Liga Gaúcha contrasta com os já conhecidos empecilhos financeiros para garantir a viabilidade do projeto que, em seu segundo ano com equipe adulta, tem sido bem-sucedido. Uma divisão acima na comparação à temporada anterior, o time pelotense soma sete pontos em três partidas do campeonato. Fora das quatro linhas, porém, segue a luta em busca de recursos. 

Treinador da equipe laranja e preto desde a estreia em nível adulto, Paulo Lobo também é um dos responsáveis pelas partes estrutural e administrativa. Segundo ele, alguns patrocinadores que apoiaram o projeto em 2022 desfizeram a parceria, tornando ainda mais difícil a competição contra adversários que, em grande parcela, levam rotinas profissionais. 

“A gente está correndo atrás em busca de conseguir se manter dentro da competição. É um gasto muito alto pra uma equipe que não é profissional, como a nossa, se manter quase na elite do futsal. A Série B tem quase em sua totalidade equipes profissionais, que trabalham em dois turnos, com atletas remunerados”, explica o técnico. 

O esforço do BR envolve pagamentos básicos – despesas de jogo em casa, no Ginásio do Sesi, por exemplo. Viagens dentro do Rio Grande do Sul, muitas vezes para cidades distantes, como a última até São José do Inhacorá, e alimentação dos atletas também custam caro. Por isso, o projeto está de portas abertas para empresas interessadas em contribuir.

Tentando se manter em alto nível

Fundado em 2016 para atuar apenas com categorias de base, o BR chegou às competições estaduais adultas na última temporada. Na Série C da Liga Gaúcha, ficou em quarto lugar geral e quase conseguiu o acesso em quadra, ficando com a primeira vaga “reserva”. Por desistências de outros projetos, a equipe de Pelotas herdou o direito de ir à Série B da competição. 

No futsal gaúcho, recentemente houve uma dissidência na Federação e foi criada a Liga, onde participam, na Série A, as principais forças do Estado – como ACBF, Atlântico e Assoeva, por exemplo. Paulo Lobo considera a “matéria-prima” à disposição nas quadras de Pelotas uma das razões para o projeto seguir com bons resultados mesmo sem profissionalização. 

“A gente manteve mais ou menos o mesmo grupo de atletas. Conseguimos manter a estrutura no Sesi, pra que tivéssemos jogos com boa qualidade técnica e tática. Mas fora das quadras as coisas andam bem complicadas”, diz o treinador.

Sequência

O próximo jogo do BR em casa é neste sábado (24). Às 20h, a equipe recebe o Giruá Futsal, no Ginásio do Sesi. Ainda nesta sexta, os ingressos antecipados custam R$ 15. Basta entrar em contato pelo Direct do Instagram (@brfutsalpelotas). No dia da partida da quinta rodada da primeira fase da Série B, o valor sobe para R$ 20. 

Neste início de competição, um dos destaques é o pelotense João Emir. Aos 34 anos, ele defende um clube de futebol de campo de Hong Kong e, em período de intervalo na Ásia, tem atuado pelo BR. Juninho Adam, outro ex-atleta nos gramados, também está no elenco. 

Mesmo com as dificuldades e a incerteza a respeito do futuro, Paulo Lobo fala com confiança sobre os resultados: “A gente entra numa competição pra buscar o prêmio máximo. Buscar o título. Se vier um acesso, show de bola, mas a gente quer o título”.