Saúde
29% dos pelotenses convivem com múltiplas doenças
Estudo liderado pela UFPel revela que as pessoas idosas e com poder econômico menor tendem a ser mais afetadas
Infocenter -
Um a cada cinco adultos brasileiros e metade dos idosos convivem com múltiplas doenças crônicas. A Região Sul e o estado do Rio Grande do Sul são os locais de maior incidência de dois ou mais problemas de saúde em uma mesma pessoa. Em Pelotas, 29% dos adultos apresenta esse quadro de saúde. Esses são alguns dos resultados apontados por estudos do Grupo Brasileiro de Estudos sobre Multimorbidade (GBem), liderado por pesquisadores da Faculdade de Enfermagem, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP), e da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Segundo o pesquisador Bruno Nunes Pereira (UFPel), o aumento no número de pessoas com multimorbidade, ou seja, com dois ou mais problemas crônicos de saúde é uma tendência mundial provocada, em parte, pelo envelhecimento das populações. Pessoas idosas e com piores condições econômicas tendem a ser as mais afetadas, segundo apontam estudos do GBem. O quadro de múltiplas doenças crônicas inclui problemas cardíacos, diabetes, problemas de visão e de saúde mental, como a depressão. Conviver com esse quadro afeta a qualidade de vida da pessoa e pode levar a um maior risco de hospitalização e de incidência de problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. "Muitas vezes esses quadros são desenvolvidos pela própria dificuldade em se encontrar um tratamento adequado para essas doenças", comenta Bruno.
A multimorbidade desafia os profissionais de saúde a encontrarem formas de tratamento alternativas. O uso de serviços de saúde é maior entre pessoas com essas condições, especialmente os idosos, o que exige uma preparação sistemática dos profissionais para lidarem com essas condições. "Cada condição exige orientações e cuidados diferenciados, mas que, ao mesmo tempo, sejam articulados entre si", salienta o pesquisador. Os tratamentos tradicionais da saúde, centrados uma doença individual, precisam ser reformulados, pois não se aplicam a pessoas com vários problemas de saúde.
GBem
O Grupo Brasileiro de Estudos sobre Multimorbidade (GBem) foi criado em 2016 por um grupo de cientistas da área da saúde, interessados em entender as causas, consequências e desafios no manejo adequado da multimorbidade na população brasileira. O grupo conta com a colaboração de 38 pesquisadores brasileiros de diversas instituições, como do Instituto Nacional do Câncer, do Rio de Janeiro, a Faculdade de Saúde Pública, da a Universidade de São Paulo (USP), a Faculdade de Enfermagem, da Universidade Federal de Pelotas, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Unicamp, Faculdade de Medicina, da Universidade Federal de Goiás, entre outros, além de nove colaboradores internacionais. A liderança do grupo está a cargo dos pesquisadores Bruno Pereira Nunes (UFPel), Doralice Cruz (FSP/USP) e Sandro Rodrigues (UFG).
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário