Informática

350 mil gaúchos são propensos a cair nas fake news

Pesquisa realizada pelo IPO estima população que usa redes sociais para se informar e a que acredita em tudo, independentemente da fonte

Divulgação -

“Não dá pra acreditar em tudo o que tá na internet.” Ou: “Se tá na internet é verdade”. Em qual destas duas frases você acredita? Com o fake news em evidência, todo o cuidado é pouco na hora de compartilhar notícias nos sites de rede social. Pois para 350 mil gaúchos, a segunda frase é o lema, segundo estudo realizado pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO). O trabalho levantou dados sobre quantas pessoas utilizam os sites de rede social no Estado, quantas usam para buscar informações e quantas acreditam fielmente no que leem.

A constatação é de que 45,1% dos gaúchos usam as redes sociais para procurar notícias do Estado e do país. Destes, 8,7% acreditam nas notícias, independentemente da fonte. Por outro lado, 66,1% afirmam que checam as informações, enquanto 24,6% apresentam ceticismo total e não confiam no que está nas redes.
Para o pesquisador Fabio D’Ávila, analista de logística do IPO, o número total de 350 mil pessoas que acreditam em tudo nas redes é expressivo. “Imagina que eles estão lá, todo dia compartilhando conteúdo que pode ser falso nas redes. Num ambiente cada vez mais polarizado, isso incentiva o debate com o ódio”, analisa.

Na mesorregião Sudeste, que tem Pelotas como base na pesquisa do IPO, uma a cada 12 pessoas acredita em tudo o que lê nas redes. Uma rápida volta nas ruas da cidade e a desconfiança é a resposta da população.
Júlio dos Santos, 67, faz parte da faixa etária com maior tendência a acreditar nas notícias, independentemente da fonte - cerca de 10% das pessoas acima dos 60 anos, segundo o IPO. No entanto, ele se considera um “idoso jovem”. Antenado nas redes, tem conta no Facebook e no WhatsApp e usa os dois para buscar informações. “Mas tem que analisar, ir atrás e descobrir se a notícia tem as fontes, para só então compartilhar”, afirma.

É o mesmo processo adotado por Maria Luiza Mendes, 23, estudante de Odontologia. Ela está na faixa das pessoas que buscam a credibilidade das fontes - 67,7% das mulheres, 68,3% das pessoas entre 16 e 24 anos e 72,7% das pessoas com Ensino Superior. “Acredito nas notícias que os jornais compartilham nas redes. Se não conheço a fonte, a tendência é desacreditar. Mas se é um assunto que me interessa, busco no Google para ver se é verdadeiro.”

Pesquisa deve seguir acompanhamento
Segundo Fábio D’Ávila, a pesquisa surgiu com a percepção de que o uso das redes para informação vem crescendo. Com o assunto fake news cada vez mais na mídia, a expectativa é de diminuir o número de pessoas que acreditem em tudo o que leem, mas faz o alerta. “A tecnologia pode nos dificultar. As notícias falsas estão cada vez mais elaboradas e existem softwares que indicam os usuários propensos a acreditar nelas.” Por outro lado, tende a aumentar o número daquelas pessoas que não acreditam em nada. “Há uma tendência linear em quem não confia em nenhuma informação, então independe do perfil socioeconômico. Com a fake news em evidência, deve crescer o número de descrentes.”

A pesquisa do IPO foi realizada entre os dias 20 e 25 de novembro do ano passado. Foram entrevistadas 1,5 mil pessoas das sete mesorregiões do Estado e os resultados analisados no geral e separados pelas regiões e perfil socioeconômico. A margem de erro é de 3% e o grau de confiança é de 95%.

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