A pandemia tem motivado muitos atos de solidariedade ao redor de Pelotas. Para atender aqueles que mais necessitam, a 5° Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE) planejou uma ação de arrecadação de alimentos. Os mantimentos serão distribuídos para as escolas da rede estadual nos municípios que estão sob responsabilidade da coordenadoria. As duas primeiras carretas carregadas com as doações foram entregues nesta quarta-feira (29) no Siepe, em Pelotas, para instituições do Capão do Leão e de Santana da Boa Vista. Nesta quinta-feira, é a vez dos colégios dos municípios de Piratini, Canguçu e São Lourenço do Sul receberem as doações.

O projeto foi uma maneira de otimizar os recursos públicos. As escolas estaduais recebem repasses referentes à compra de merenda para os alunos durante o período escolar. Com a paralisação das aulas em razão da pandemia do coronavírus, os valores não seriam aplicados. Ao procurar uma forma para direcionar esta receita, a 5ª CRE realizou um levantamento da quantidade de alunos cadastrados em programas sociais como o Bolsa Família e em situação de vulnerabilidade junto às escolas. Estudantes que entraram nestas características em função da quarentena e também da estiagem que atinge a Zona Sul, também foram inclusos no cálculo. "Queremos ajudar aqueles que mais precisam. Eu penso que temos 123 escolas em 18 cidades, o que traz uma diversidade muito grande alunos, professores e gestores. Com um público diverso, procuramos trabalhar a questão da empatia e da confiança neste tempo tão difícil", aponta a coordenadora Alice Maria Szezepanski.

Com os dados, a Coordenadoria adquiriu cestas básicas para serem repassadas aos estudantes. Na tarde desta quarta, as duas primeiras carretas entregaram um quantitativo de 2.340 cestas básicas. Mas esta foi apenas a primeira leva. A 5ª CRE ainda recebeu mais 7.136 cestas, que serão repassadas para as 123 escolas dividas entre os 18 municípios atendidos pela coordenadoria. Ao receber as doações, as equipes diretivas das instituições repassam os alimentos aos alunos. "Nós realizamos os levantamentos para nos informarmos do quantitativo de estudantes. Além da pandemia, a estiagem foi um agravante. A seca fez com que os pais de muitos alunos fossem prejudicados e entrassem nesse cálculo. As escolas nos enviaram os dados, nós arrecadamos os alimentos e repassamos para as equipes diretivas", destaca Alice.

A escola é um local de aprendizado, de formação técnica, profissional e cidadã. A coordenadora avalia que ações deste cunho reforçam a função social que as instituições de educação possuem. "Ao ver tantas arrecadações, eu lembro do nosso dever como educadores. Nos preocupamos com conteúdos, trabalhos, provas e nem sempre destacamos o quanto a escola é responsável por uma formação cidadã, de valores humanos, e como ela precisa dar suporte para os alunos", afirma.