Paralisação
80% dos professores estaduais mantêm a greve em Pelotas
Apesar da recomendação do governo de retornar às atividades, docentes seguem lutando pelo pagamento dos salários em dia
“Nosso movimento continua forte.” A declaração, dada pelo diretor do 24º Núcleo do Cpers/Sindicato, Mauro Amaral, é uma resposta à Secretaria Estadual de Educação. Com o argumento de que a maioria dos professores já voltou às salas de aula, a Seduc orientou-os a retomar as aulas nesta semana para concluir o ano letivo até 14 de janeiro. Os professores, porém, ainda não decidiram pelo fim da mobilização. Eles pedem o pagamento integral dos salários (parcelados desde fevereiro do ano passado) e a rejeição aos projetos que tramitam na Assembleia Legislativa e retiram alguns de seus direitos.
Em Pelotas, de acordo com o Cpers, 80% dos professores das 54 escolas estaduais seguem paralisados. Para voltar às atividades, as principais reivindicações dos docentes são o pagamento em dia de seus salários e a integralização do 13º do ano passado. Para Mauro, o governo demonstra sinais de que vai repetir o método de pagamento feito no último mês, devendo pagar primeiro quem ganha menos. “A maior parte dos professores da região só recebeu no dia 10 (de outubro)”, afirma o diretor. O dinheiro deveria ter entrado na conta dos trabalhadores no dia 29 de setembro.
Na Escola Estadual Santa Rita, apenas os alunos de 1º ao 5º ano estão tendo aulas. Para a diretora Elisa Milach, a orientação do governo de iniciar a readequação do calendário é um “blefe”. “Não tem como fazer calendário com a greve em andamento”, aponta. Ela afirma, ainda, que a medida é uma forma de pressionar os professores. “Não tem nada resolvido e o governo não quer negociar”, frisa. Outra reivindicação lembrada por Elisa é o reajuste dos salários ao menos de acordo com a inflação - os valores estão congelados há três anos.
Carlos Bosembecker, secretário da Escola Estadual Coronel Pedro Osório, acha difícil o novo calendário vigorar. “Se os professores não voltarem, como vamos estabelecer um calendário e entregar à CRE (Coordenadoria Regional de Educação)?”, questiona. Conforme nota divulgada pelo Estado, a proposta de readequação do calendário escolar feita pelas escolas deve contemplar os 28 dias de greve dos meses de agosto, setembro e outubro. Os colégios têm até a próxima sexta-feira para encaminhar a proposta à CRE para homologação.
O fim da greve só será estabelecido em assembleia. Porém, para convocar uma reunião desse tipo, é necessário ter alguma tentativa de negociação por parte do governo. Segundo o Cpers, o Estado não está disposto a dialogar com a categoria. Os professores que seguirem em greve têm até o mês de abril para encerrar o ano letivo correspondente a 2017. Aqueles que não aderiram às paralisações devem encerrar suas atividades no dia 29 de dezembro. Já os que optarem por retomar as atividades nessa semana devem terminar o ano letivo no dia 14 de janeiro, com aulas em todos os sábados disponíveis. O início das aulas em 2018 está previsto para 22 de fevereiro.
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