Trânsito

Acidentes de trânsito com mortes diminuem em Pelotas e Rio Grande

Dados do Detran mostram queda considerável nos dois Municípios em 2023

Foto: Volmer Perez - No últimos dois anos, os números de acidentes registrados em Pelotas revelaram que mais da metade deles aconteceram dentro da zona urbana, 52 no total

Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)


De acordo com os dados da acidentalidade em 2023, divulgados pelo governo do Estado, as duas maiores cidades da Zona Sul apresentaram recuo na violência no trânsito em comparação com o ano anterior. Os índices, que levam em consideração rodovias e vias municipais, apontam que em Pelotas houve 31 acidentes com mortes em 2023 - foram 39 em 2022, redução de oito - e dez óbitos a menos. Rio Grande também mostrou uma diminuição de quase 50% na contagem de acidentes envolvendo fatalidades, passando de 27 em 2022, para 14 no último ano, reduzindo as fatalidades de 29 para 14. Os dados consideram o período entre janeiro e novembro do ano passado.

Em Pelotas, de janeiro a novembro de 2023, 32 pessoas morreram em acidentes de trânsito. Em todo 2022 foram 42 vítimas na cidade. Já em Rio Grande, a mudança foi ainda mais expressiva, tendo 14 mortes em 2023, em paralelo com as 29 vítimas de 2022.

No conjunto dos dois anos, os números de acidentes registrados em Pelotas revelaram que mais da metade deles aconteceram dentro da zona urbana, 52 no total. Nesse contexto, o período da manhã é responsável pela maior quantidade de acidentes fatais (15), com o pico ocorrendo entre as 6h e 7h, no começo do dia, com oito casos. A pesquisa ainda apontou que os dias da semana com mais acidentes e mortes são o sábado, com 14, e o domingo, com 13, seguido por segunda, quinta e sexta-feiras com 11 registros.

Na cidade de Rio Grande, a contagem de acidentes com mortes fica bastante dividida entre as rodovias e as vias municipais, com 20 e 21 casos, respectivamente. O que chama a atenção nos dados é a quantidade de fatalidades na parte da noite nas rodovias riograndinas, com dez acidentes no total. Na semana, são oito casos no domingo e na sexta-feira, sendo os piores dias da semana. Entre 19h e 20h é o período com maior incidência de mortes, oito.

O que explica os dados?
A professora do Centro de Integração do Mercosul - UFPel, Raquel Fonseca Holz, explica que essa redução de acidentes não traz grandes indicativos, porque o correto seria analisar as taxas de acidentes e não números absolutos. Dessa forma, deveria ser realizado um cálculo tendo em vista o número de habitantes e também de veículos de determinada cidade. Além disso, a professora destaca que acidentes têm tendência à média. “Alguns anos eles aumentam, outros anos diminuem. [...] Quando se faz alguma obra ou mudança, como o semáforo em alguma via ou duplicação de estrada, tende a reduzir os acidentes. Se não se fez nada, essa redução de acidente geralmente é proporcionada pela tendência à média dos acidentes”, apontou. Para ter certeza da redução, seria necessário um histórico estatístico de mais anos.

De acordo com Raquel, os maus costumes na direção são os principais motivadores de acidentes no trânsito. “Utilização de celular ao volante, consumo de bebida. Os acidentes acontecem mais nos finais de semana, quando as pessoas saem mais, bebem mais e não estão trabalhando”. Na visão da professora, os acidentes matutinos em Pelotas estão ligados ao grande movimento universitário. “A Universidade Federal de Pelotas, por exemplo, é muito descentralizada, tem muitos campus e prédios afastados. Tem a Anhanguera, o IFSul [...] Em relação às rodovias, principalmente a rodovia Pelotas - Rio Grande, há uma grande demanda de gente que mora em Pelotas, mas trabalha ou estuda em Rio Grande”, especula a professora.

Campanhas da Ecosul
De acordo com o coordenador de tráfego da Ecosul, Mauro Porto, houve uma redução de 40,6% na quantidade de óbitos na área do Polo Pelotas. Em 2022 foram 32, enquanto em 2023 o ano fechou com 19. Neste mesmo período, houve uma redução de 8,6% no índice de acidentes. “Isso é obtido através de ações e campanhas que a Ecosul realiza, como o simulador de capotamento e impacto para conscientizar as pessoas sobre o uso do cinto de segurança. Também realizamos palestras em empresas parceiras na região para reforçar a necessidade dos cuidados no trânsito. A concessionária conta também com um Programa de Redução de Acidentes (PRA) que, dentre outras iniciativas, realiza reuniões mensais para análise das ocorrências mais graves nas rodovias, com o objetivo de melhorar as condições de segurança nos locais dos acidentes”, disse.

Educação e consciência no trânsito
O secretário de Transporte e Trânsito de Pelotas, Flávio Al Alam, ressalta que “a redução de acidentes tem que ser exaltada, pois poupa muitas vítimas. As ações de fiscalização e educação para um trânsito seguro, aliadas à conscientização dos motoristas, estão dentre os fatores que contribuíram para estes números. Seguimos trabalhando intensamente na fiscalização, no monitoramento e qualificação das infraestruturas de sinalização para diminuirmos cada vez mais os índices de acidentes”, afirmou o secretário.

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