Formação

UFPel promove disciplina internacional de pós-graduação relacionada à Covid-19

Em conjunto com as universidades de Ilinois, nos Estados Unidos, e Pretoria, na África do Sul, instituição busca respostas à pandemia nas áreas da saúde pública, política, economia e comunicação

Foto: Volmer Perez - Docentes vão ministrar aulas em quatro módulos junto a colegas de outros países

Em disponibilidade da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), 20 alunos da instituição participarão de uma disciplina interuniversitária de pós-graduação que visa alcançar respostas transnacionais à pandemia da Covid-19, em conjunto com as universidades de Ilinois, nos Estados Unidos, e Pretoria, na África do Sul.
A disciplina terá duração de 15 semanas, com quatro tópicos abordados: saúde pública, política, economia e comunicação, em busca de respostas nessas áreas em três países com realidades socioeconômicas distintas e que tiveram impactos diferentes da pandemia.

Cada universidade selecionou quatro professores para ministrar as aulas, que serão feitas de forma online, concomitante entre os três países, gravadas e presenciais, com os alunos frequentando a própria universidade em que estão matriculados. Inscreveram-se 20 alunos de cada instituição de ensino.

Objetivos das áreas abordadas na disciplina

Saúde pública: qual o impacto da Covid-19 em relação à saúde pública, de espraiamento da doença e índice de mortalidade;
Política: qual foi a resposta do setor político (governamental) nestes países em relação à Covid-19, em âmbito nacional
Economia: impactos econômicos nos países, que apostaram em diferentes formas de isolamento;
Comunicação: analisar a questão da desinformação, de espalhamento de fake news e difusão de tratamentos não-científicos.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFPel, Flávio Demarco, essa disciplina transversal faz parte de uma estratégia de internacionalização da universidade. A ideia surgiu após uma troca de visitas com o pró-reitor da Universidade de Ilinois, Wojciech Chodzko-Zajko, que recebeu Demarco em 2022 e esteve em Pelotas no ano passado.

A UFPel destacou-se nos estudos relacionados à Covid-19 no Brasil, por isso a escolha do tema para a primeira disciplina de integração entre as três universidades. A ideia é seguir com o projeto pelos próximos anos, com diferentes assuntos abordados, mas todos voltados à multidisciplinaridade. “É uma forma de aproximar diferentes campos de conhecimento para interagir com uma mesma temática”, ressalta o pró-reitor. “Nos Estados Unidos e no Brasil houve muitas discussões anticientíficas e governos que estavam negligenciando a pandemia, enquanto na África do Sul foram seguidas as recomendações da OMS e, por isso, teve uma mortandade muito menor do que nos EUA e no Brasil”, continua o pró-reitor da UFPel.

Segundo Demarco, este tipo de iniciativa é uma abertura importante para haja avanços na área da pesquisa na UFPel. “Isso favorece muito a integração entre professores da UFPel e outras universidades, que abre espaço para pesquisas futuras junto a professores de outras instituições”, explica. Para o pró-reitor, essa é uma primeira experiência muito importante para a UFPel. Com os custos elevados de fazer a internacionalização, de mandar estudantes e professores para fora, essas atividades em casa, congregadas com outras instituições, são uma forma muito efetiva de aproximar-nos de universidades de ponta no mundo e iniciar processos mais intensos de colaboração científica, considera.

O coordenador da UFPel na disciplina, professor Inacio Crochemore da Silva, ressalta que o projeto tem dois grandes diferenciais: o envolvimento de três universidades em países com realidades sociais diferentes e a amplitude de áreas contempladas pelos estudos. “A discplina envolve pessoas de três países diferentes para discutir um problema global, que foi a pandemia. Essa visão de diferentes cenários tende a ser complementar e enriquecedora para a gente pensar as respostas necessárias a uma futura pandemia e refletir o que passamos”, aponta.


O docente diz que houve uma falsa dicotomia entre saúde e economia, por exemplo, durante a pandemia, “de que se estívéssemos cuidando de um, estaríamos descuindando de outro”. Segundo ele, a discplina é uma oportunidade de discutir a pandemia em quatro eixos, um “diferencial que geralmente não temos para os nossos estudantes”.
Apesar de a proposta atuar no campo do ensino, o coordenador não descarta que auxilie em pesquisas individuais, além de abrir possibilidade de trabalhos científicos integrados entre os alunos das três instituições.

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