Infraestrutura

Após período de chuvas, buracos se multiplicam em Pelotas

População reclama que a operação tapa-buracos não dá conta do problema, e pede o recapeamento gradual; SMOP diz que não é possível realizar os trabalhos envolvendo asfaltamento no momento, devido ao tempo úmido

Foto: Volmer Perez - DP - Na rótula que liga as avenidas Fernando Osório e Dom Joaquim, situação é crítica

Uma das principais consequências das fortes chuvas em um pequeno período de tempo é o crescimento de buracos nas vias de trânsito. Em Pelotas, o problema, ainda que já fosse encontrado em alguns pontos nos meses anteriores, sofreu um agravamento considerável desde o fim de abril, quando o mau tempo começou a atormentar o RS, trazendo sequelas para quase todo o Estado. Moradores de ruas da cidade, as quais já tinham algumas falhas antes, sentiram a piora notável do cenário nessas áreas. Ao mesmo tempo, novos buracos surgiram onde não havia anteriormente.

Um dos casos mais sérios de buraqueira fica na rua Celso Garcia Sellas, nas Três Vendas. Em um trecho de cerca de 150 metros, entre a avenida Figueiredo Mascarenhas e a rua Ariano de Carvalho, é quase impossível totalizar o número de buracos sem se perder na contagem. Praticamente toda a extensão da rua entre os dois pontos citados acaba tendo um ou duas rachaduras, no mínimo, com certa profundidade. Nos buracos maiores, grandes pedras foram colocadas pelos moradores para amenizar a passagem dos veículos, já que desviar dos obstáculos é quase impossível numa via repleta deles.

Morador da Celso Sellas há quase 40 anos, Luiz Alberto Gomes, 67 anos, conta que foi colocada uma manta asfáltica no local 15 anos atrás, que durou por um tempo até descompactar e dar lugar aos buracos. “Está assim há meses, há quase um ano está abandonado. E esse fechamento que eles fazem é com o mesmo material. Mas, muitas vezes, os caminhões das obras dos edifícios que vêm descarregar o entulho nos buracos, e eventualmente vinha o pessoal da prefeitura”, diz Celso.

Foto: Volmer Perez


Outro cenário crítico em relação às condições de trafegabilidade viária é identificado na rótula das avenidas Fernando Osório e Dom Joaquim. Nesse ponto, caracterizado pela grande movimentação de veículos, o trânsito tem sido a principal vítima da buraqueira, uma vez que o problema impossibilita o fluxo padrão de automóveis. As dezenas de buracos encontrados quando no uso da rotatória para retorno, no trajeto Centro - bairro, provocam muitos desvios repentinos de motoristas, o que corrobora com o relato de Luciano Moscarelli, 50 anos. “Por causa desses buracos, todo o veículo tem que reduzir bastante para acabar não batendo”, expõe.

Foto: Volmer Perez - DP


Além disso, o estado em que se encontra o asfalto, não só na Fernando Osório como em outros lugares da cidade, traz danos materiais aos veículos. Luciano diz que já teve problemas com a suspensão do carro em função dos buracos. A crítica do morador envolve, também, a pouca efetividade da operação tapa-buracos da Prefeitura. “É uma areia por cima, embora seja asfalto, mas não chega a resolver o problema. Na primeira chuva que tem já lava. E como não é feito esse trabalho de recuperação da via, acaba que recupera de um lado e estraga do outro. Teria que fazer um recapeamento da via em partes. Não quero dizer que tem que asfaltar toda a avenida, mas uma boa parte para que aquele buraco anterior não gere o próximo”, entende Luciano.

Outro local conhecido pelos buracos fica na rua Andrade Neves, no cruzamento com a avenida Dom Joaquim. Nesse ponto, um desnível - que já foi alvo de fotonoticia em uma edição do DP, de dois meses atrás - conta com quase 1,5 metros de área, e é percebido principalmente pelos condutores que entram na Andrade. Em velocidade, elas já não conseguem mais deslocar o veículo de um obstáculo tão amplo.

O buraco, antes solitário, ganhou nos últimos dias a companhia de outra cavidade, ainda modesta na comparação, que fica próxima ao meio-fio da Dom Joaquim e já causa transtornos. Como mora perto dali, Victor Guimarães, 70 anos, vivencia diariamente o problema. “Na minha maneira de ver, o recapeamento total seria uma solução [...] Como nossa cidade é muito grande, muito trânsito, acho que é um trabalho muito complexo mesmo”, considera.

Tapa-buracos suspenso por chuvas

De acordo com o secretário de Obras e Pavimentação (SMOP), Giovan Pereira, a operação tapa-buracos está impossibilitada de continuar neste momento devido às previsões meteorológicas - com as chuvas e umidade, não é possível realizar trabalhos envolvendo asfaltamento.

“A princípio, as avenidas principais e vias destinadas ao transporte público serão priorizadas”, destacou o secretário, quanto às ruas a serem incluídas nos próximos trabalhos.

“A SMOP trabalhará durante o feriado e final de semana para recuperar e requalificar as vias. Até o momento, são muitos dias de chuva, fator que impossibilita o trabalho dos agentes”, completou.

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