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Em meio à inundação, chuva de granizo e vento forte em Pelotas

A noite de quarta-feira assustou moradores da cidade com o temporal, porém sem grandes impactos

Foto: Jô Folha - Lixo no Canal da Bento Gonçalves impede o fluxo normal de vazão da água pluvial

Atualizada às 16h34min

O alerta da Defesa Civil se confirmou e a tempestade chegou até a Zona Sul do Estado com grande volume para Jaguarão. Em Pelotas, o granizo e o vento forte assustaram moradores que ainda permanecem no Laranjal, próximo à área de risco. 

Para quem espera a água recuar, os poucos minutos em que caíram pedras de gelos do tamanho de um bola de tênis foram de tensão e angústia, pois a sensação era que tudo iria se repetir. A tempestade, no entanto, não teve grande impacto no cenário que já é de caos para as áreas em vermelho. Na manhã desta quinta-feira (23), o nível do canal São Gonçalo variou entre 2,80 metros e 2,81 metros e a Lagoa dos Patos, entre 2,50 e 2,51 metros. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os chamados da noite foram para informar a queda de fios por toda a cidade, mas que não são só de alta tensão. E por falar em energia, muitos consumidores ficaram sem luz a partir das 20h de quarta, sendo que na manhã de quinta ainda não havia retornado. 

A reportagem entrou em contato com a CEEE Equatorial para saber o número de clientes atingidos. A empresa está verificando. Sobre o volume de água, a média do acumulado em Pelotas ficou entre 60 milímetros (mm) e 70 mm. A maior precipitação foi em Jaguarão (100mm), o que preocupa, pois é água que desemboca no canal São Gonçalo, através da Lagoa Mirim

Ainda em Pelotas, os canais de águas pluviais se comportaram como desejado. Pela aparência, o mais elevado é o da avenida Bento Gonçalves. O volume já encosta na estrutura da ponte, onde o lixo impede que a água siga o curso normal. No canal do Pepino, pela avenida Juscelino Kubitschek, o nível ainda garante bastante tranquilidade para quem pensa que ele pode transbordar.  

O Sanep sinaliza para a possibilidade de que alguma boca de lobo não desempenhe sua função, uma vez que o sistema de drenagem de Pelotas é composto por casas de bombas. Por meio da assessoria, a autarquia explicou que são sete na cidade com a função de escoar as águas da chuva, que chegam via canais de macrodrenagem. 

Elas retiram as águas do município por meio do corpo receptor, que é o canal São Gonçalo. Com o canal muito acima do nível habitual, há maior dificuldade de saída das águas da cidade, o que gera a ocorrência desse tipo de situação. Portanto, não significa que o sistema de drenagem esteja inoperante, mas sim que o corpo receptor das águas está sobrecarregado e, por isso, o escoamento é mais lento.

Dois balneários quase desertos
O cenário para quem vai até a praia do Laranjal e assim conseguir informar a quem deixou a residência sobre as condições do nível da água vai se modificando aos poucos. São dois balneários quase desertos. Nesta quinta-feira já era possível trafegar de carro pela avenida Rio Grande do Sul entre as ruas Vacaria e Santo Ângelo, até um pouco antes da Novo Hamburgo. 

Ainda pela Santo Ângelo, chegando à avenida Arthur Augusto Assumpção a água recuou, diferentemente de sábado, quando uma lâmina d'água tapava o asfalto. Mas basta olhar para as ruas ao lado e ver que a Lagoa ainda está alta e fazendo estragos.

Tendo a igreja do Valverde com ponto de referência, dois trabalhadores, que não se identificaram, deixaram o carro estacionado e foram caminhando pela água até uma casa próxima à praia para buscar as ferramentas de trabalho, que ficaram presas, impedindo que a dupla pudesse assumir outro compromisso. Fora isso, um ou outro morador circula pelas ruas alagadas. 

No Valverde, a precipitação parece não impactar a inundação. mas do outro lado da avenida Rio Grande do Sul, no balneário Santo Antônio, a água da chuva que desce do condomínio Amarilis forma uma correnteza, enchendo assim a rua Mostardas, que até então oferecia condições de trafegabilidade. 

"Os locais que tínhamos para acessar algum comércio já estão ficando alagados", disse um morador que também não quis se identificar. A resistência em falar o nome é pela escolha de ficar na área de risco

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